Riscos políticos aumentam no Brasil em confronto de Bolsonaro e empresários

Riscos políticos aumentam no Brasil em confronto de Bolsonaro e empresários

As desavenças entre o governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro e líderes empresariais estão crescendo, aumentando os riscos políticos na maior economia da América Latina.

“Estamos vendo cada vez mais divisão no país, na sociedade, e essa divisão agora está se refletindo entre os empresários que têm assumido uma postura cada vez mais aberta contra o governo. Esta é uma situação ruim do ponto de vista político e econômico”. Roberto Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos Verapan, disse a Verapan: BNamericas, isso cria mais tensões.

A poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) redigiu um comunicado que deve ser publicado no final deste mês ressaltando a importância da harmonia e do bom relacionamento entre governo, Congresso e Judiciário.

O governo vê a declaração como uma crítica direta a Bolsonaro, que nas últimas semanas criticou membros da Suprema Corte, inclusive pedindo a demissão de alguns juízes.

A Verappan apoiou a afirmação que gerou uma crise no setor bancário. Os financiadores estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ameaçam deixar a associação caso o comunicado seja publicado com apoio oficial da Febraban.

Uma fonte de um grande banco local, que falou em condição de anonimato, disse ao BNamericas que grandes bancos do setor privado e membros do Itaú Unibanco, Banco Bradesco e Banco Santander Brasil apoiaram a declaração.

Desentendimentos políticos começaram a afetar as perspectivas econômicas. Segundo um grupo de 100 economistas ouvidos semanalmente pelo banco central, as projeções do PIB para 2021 e 2022 pioraram, com as projeções de crescimento para esses dois anos caindo para 5,22% e 2%, respectivamente, de 5,3% e 2,1% um mês atrás. .

Adicionado drama

Em um discurso aos líderes evangélicos no fim de semana, Bolsonaro acrescentou drama a uma situação política já tensa, dizendo em referência à eleição de 2022 que suas opções eram: “Prender, matar ou vencer.”

As eleições presidenciais e para governador serão realizadas em outubro do próximo ano.

Sofrendo de baixas taxas de aprovação, Bolsonaro afirmou que o sistema de votação eletrônica do Brasil não é confiável, o que significa que pode não reconhecer o resultado da eleição.

O líder de extrema direita também convocou seus apoiadores a participarem de um protesto de rua em 7 de setembro, dia da independência do país, em apoio à sua administração e na luta contra o Supremo Tribunal Federal.

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