Rabino que apoiou a cidadania de Abramovich é proibido de sair de Portugal

O bilionário russo e dono do Chelsea Football Club, Roman Abramovich, chega a uma seção do Supremo Tribunal no centro de Londres em 31 de outubro de 2011. REUTERS/Andrew Winning/

O rabino responsável pelo testemunho que permitiu ao bilionário russo Roman Abramovich e outros obterem a cidadania portuguesa, disse sábado a agência noticiosa Lusa, não está autorizado a sair do país e tem de se apresentar às autoridades quando solicitado.

Oficiais da Polícia Judiciária, a Agência Nacional de Investigação Criminal, prenderam o rabino Daniel Litvak na quinta-feira como parte de uma investigação em andamento do promotor público sobre como o proprietário do Chelsea Football Club Abramovich recebeu a cidadania.

O governo britânico impôs sanções a Abramovich por suas ligações com o presidente russo Vladimir Putin e a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ele negou a existência de tais relações.

Ele recebeu a cidadania portuguesa no ano passado com base em uma lei que concede a cidadania a descendentes de judeus sefarditas que foram expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição medieval.

As cadeias genealógicas dos requerentes são verificadas por especialistas de uma das comunidades judaicas portuguesas em Lisboa ou no Porto. A comunidade do Porto, onde Litvak é o rabino, foi responsável pela Operação Abramovich.

Não há história conhecida de judeus sefarditas na Rússia, embora Abramovich seja um sobrenome comum de ascendência judaica Ashkenazi.

Citando uma fonte judicial, a Lusa disse que as autoridades tomaram “medidas coercivas” contra Litvak enquanto este aguardava o processo judicial.

A polícia judiciária não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

Os representantes da comunidade judaica no Porto não responderam de imediato aos pedidos de comentário.

A Lusa disse que Litvak, que se preparava para viajar para Israel quando foi detido, foi convidado a entregar o seu passaporte e a apresentar-se periodicamente às autoridades.

A comunidade judaica do Porto negou qualquer irregularidade e disse que foi alvo de uma campanha de difamação, acrescentando que Litvak supervisionou o juramento que certifica a cidadania portuguesa com base em critérios “aceitos por sucessivos governos”.

A Polícia Judiciária e a Procuradoria-Geral da República disseram em comunicado, sexta-feira, que existem suspeitas de branqueamento de capitais, corrupção, falsificação e falsificação de documentos no processo de concessão de cidadania a descendentes de judeus sefarditas.

De acordo com dados oficiais, quase 57.000 descendentes de judeus sefarditas receberam cidadania desde que a lei foi introduzida em 2015.

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