Escrito por Carolina Mandel
SÃO PAULO (Reuters) – André Brandão, presidente-executivo do banco estatal brasileiro, renunciou na quinta-feira após meses de pressão para destituí-lo do presidente Jair Bolsonaro por causa de planos de corte de custos.
O governo brasileiro nomeou Fausto de Andrade Ribeiro, atual presidente de uma unidade de pequenos negócios do Banco do Brasil, para substituir Brandão, que deve deixar o cargo em 1º de abril, impulsionando o faturamento das maiores empresas estatais do país.
A renúncia ocorre um mês depois que Bolsonaro se mudou para substituir o CEO da Petróleo Brasileiro SA, conhecida como Petrobras, devido aos preços mais altos dos combustíveis.
O chefe da empresa estatal de eletricidade Centrais Eletricas Brasileiras SA, ou Eletrobras, também renunciou em janeiro devido ao que descreveu como falta de apoio político no Congresso para a privatização da empresa.
Com a popularidade de Bolsonaro despencando em meio a uma segunda onda brutal de contágio do coronavírus, o presidente abandonou a abordagem de livre mercado que ajudou a elegê-lo em 2019. Enquanto se aguarda a eleição presidencial de 2022, Bolsonaro adotou uma abordagem mais popular.
Mudanças contínuas na gestão ressaltam como as SOEs lutam para conceber uma estratégia devido à turbulência política em curso.
Após uma carreira internacional no HSBC, Brandão assumiu a presidência do Banco do Brasil em setembro, após a renúncia do ex-CEO Rubem Novaes, que se tornou CEO em janeiro de 2019.
Em janeiro, o banco anunciou uma série de medidas com o objetivo de economizar até US $ 500 milhões, em resposta à pressão de investidores minoritários para aumentar sua lucratividade. O plano incluía um programa de aquisição de funcionários e fechamento de cerca de 360 sites.
Posteriormente, a mídia noticiou que Bolsonaro disse que demitiria o CEO e nomearia um novo presidente, por ter discordado das ações de Brandau.
Duas fontes familiarizadas com o assunto disseram que Brandau decidiu renunciar, temendo ser demitido.
As ações do Banco do Brasil caíram quase 20% este ano, abaixo do desempenho dos maiores bancos listados no Brasil, depois que o Bolsonaro interferiu com os credores estatais.
(Preparado por Carolina Mandel; Edição de Brad Haynes e Stephen Coates)
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