Prefeito de frigorífico no Brasil é investigado em meio a onda de casos de coação eleitoral

São Paulo (Reuters) – O procurador do Trabalho do Brasil disse nesta sexta-feira ao prefeito de uma importante cidade comercial agrícola para parar de instruir as empresas a “propor, influenciar ou instar” trabalhadores a votar em determinados candidatos, depois que líderes empresariais pediram votos iguais para os de direita. Presidente Jair Bolsonaro.

A promotora Mariana Casagranda emitiu a ordem, vista pela Reuters, como parte de uma investigação preliminar sobre o prefeito de Chapecó, João Rodríguez, o coração da indústria de frigoríficos do Brasil.

O documento cita um vídeo de Rodríguez pedindo a líderes empresariais que instruam seus funcionários a votar em Bolsonaro, que enfrenta o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição de 30 de outubro.

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O Brasil tem visto uma onda de reclamações sobre empresas brasileiras que exercem pressão política ilegal sobre funcionários, em meio à última fase de uma campanha presidencial altamente polarizada.

Foram mais de 900 processos desse tipo contra empresas este ano, ante 212 em 2018, segundo dados nacionais compilados por procuradores do trabalho em Brasília.

A lei eleitoral proíbe os brasileiros de prometer vantagens ou direcionar ameaças para direcionar votos a favor ou contra um determinado candidato.

A Reuters informou pela primeira vez sobre a investigação de Chapiko com base em três pessoas familiarizadas com a investigação.

“Reúna sua equipe e dirija-os. O Brasil não pode se tornar a Venezuela. Não será se Bolsonaro continuar presidente”, disse Rodriguez em um vídeo de 55 segundos assistido pela Reuters, abordando a comunidade empresarial local antes de dar seu nome e sobrenome.

Rodriguez disse à Reuters que gravou o vídeo esta semana em Chapecó em um hotel onde conheceu cerca de 70 empresários, mas negou ter infringido qualquer lei. Ele disse que uma violação da lei eleitoral exigiria uma ameaça ou compensação para alguém agir.

“O que vejo é uma ação errada por parte dos promotores do trabalho”, disse Rodriguez, acrescentando que os investigadores “estão enquadrando todo o setor produtivo”.

Os promotores do trabalho em Brasília se recusaram a responder aos seus comentários.

Rodriguez disse que alguns líderes empresariais podem ter cometido “excessos”, mas questionou por que eles não puderam orientar seus funcionários sobre a próxima votação. “Claro que o patrão tem que falar com o empregado. Ele deve. A empresa é dele. O prejuízo é dele se a empresa falir.”

Uma fonte familiarizada com o caso de Rodriguez disse que a investigação começou com um videoclipe referente ao segundo turno da eleição de 30 de outubro entre Bolsonaro e seu rival de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva. Dependendo do andamento da investigação, pode se tornar uma ação civil.

“Com Lula como presidente, enfrentaremos uma crise muito séria”, disse Rodríguez na filmagem, alertando os empresários sobre os planos de Lula de aumentar impostos e fortalecer programas sociais.

Nos momentos finais do vídeo, ele exortou a elite empresarial local a “ir trabalhar”.

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(Reportagem de Anna Manu). Edição por Brad Hines, Rosalba O’Brien e Danielle Wallis

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