Portugal acusado de “esconder” informação aos russos com vistos gold

“Russos em Portugal podem sofrer sanções” como resultado da atual guerra contra a Ucrânia. Mas isso é o que as autoridades portuguesas parecem dispostas a dizer.

Nunca houve informações sobre russos que obtiveram “ARI” (“Permissões de Residência para Investimento”, vagamente chamadas de “vistos dourados”) e isso tem sido uma pedra no sapato do governo.

A ativista anticorrupção Anna Gomez – ela mesma uma socialista do PS – tem feito lobby pelos nomes e nacionalidades das pessoas que compraram acesso em toda a Europa como resultado deste programa, há anos. Ela nunca foi bem sucedida

“Ao contrário de Chipre e Malta (que administram programas semelhantes de ‘visto dourado’), não há como saber quem são essas pessoas que obtiveram vistos dourados e autorizações de residência”, disse ela a repórteres.

Eu só pedi nomes e nacionalidades. Este segredo governamental é pervertido e serve para proteger os criminosos que querem vir para Portugal e para o espaço Schengen.”

Esses são comentários feitos muito antes de Moscou lançar seus ataques à Ucrânia. Todos eles são mais importantes agora que o Ocidente está apertando ostensivamente as sanções.

Hoje, o mundo ouviu que os bens do próprio Putin, bem como do ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov, serão congelados. Mas e as origens em Portugal? E as origens de um oligarca como Roman Abramovich, cuja cidadania portuguesa só foi concedida em abril (clique aqui)?

O que será necessário para que os ativos de Abramovich sejam congelados, pergunta Gomez através do Expresso.

De acordo com o Ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva, “Qualquer cidadão russo, que resida em Portugal sob qualquer regime, com qualquer tipo de autorização, nacional ou não português, que integre qualquer lista de sanções, está sujeito a movimentos limitados em Portugal e ao congelamento de bens. Finanças”.

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Mas esta declaração, feita pelo Parlamento na sequência da crise na Ucrânia, não responde bem à questão: deixa em aberto a responsabilidade pela “lista de sanções” (a quem o Sr. Santos Silva se refere a uma lista? De Portugal?) e não dá idéia do que o governo pretende fazer com o atual “visto dourado” russos.

“Atualmente, o SEF publica o número de vistos concedidos por nacionalidade, ano e números rejeitados”, escreveu o Expresso.

“Segundo dados oficiais, desde 2012 – ano em que o ARI começou – foram concedidos 431 vistos dourados a cidadãos russos.

O jornal concluiu que “a Secretaria de Estado, Assuntos Internos e o SEF não responderam às questões enviadas pelo Expresso sobre o que iria acontecer aos pedidos pendentes, e que argumentos seriam usados ​​para negar mais vistos gold”.

Ele continua a equívoco sobre o status dos atuais 431 ARIs.

Como a Sra. Gomez já admitiu no passado: “Há russos que têm boas intenções e querem vir para Portugal.” Mas ela afirma que, “em geral”, “são criminosos e cleptocratas próximos ao regime de Putin que são protegidos por nosso governo”.

E agora, essa é a última coisa com a qual alguém em Portugal concordaria.

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