PIX, o sistema de pagamento eletrônico que revolucionou o Brasil

Agência de Imprensa da França – Quando o Banco Central do Brasil anunciou em 2020 o lançamento de um sistema de pagamento eletrônico gratuito chamado PIX, muita gente não fazia ideia do que estava falando.

Hoje, as transferências instantâneas são onipresentes, os brasileiros as usam dezenas de milhões de vezes por dia, para tudo, desde pagar aluguel até comprar mantimentos e dar dinheiro a mendigos na rua.

Andando por entre carros estacionados no sinal vermelho em São Paulo, o mendigo Robson Ferreira foi testemunha em primeira mão da revolução que o sistema provocou na maior economia da América Latina.

“Preciso de ajuda”, diz o desempregado de 48 anos, segurando um cartaz escrito à mão. Aceita PIX. “

Abaixo está um número que motoristas e transeuntes podem usar para depositar dinheiro diretamente em sua conta, um processo que leva segundos em um celular.

As pessoas me diziam: ‘Não carregamos mais dinheiro. Coloque seu PIX lá fora”, diz Ferreira.

Em menos de dois anos, o PIX se tornou o método de pagamento mais popular no Brasil, superando os cartões de crédito e débito – a primeira vez que uma alternativa governamental ao plástico foi implementada com sucesso na América Latina.

Analistas dizem que o grande número de smartphones no Brasil – mais de um para cada um dos 213 milhões de habitantes do país – e os pagamentos de ajuda do governo a 20,2 milhões de beneficiários tiraram o sistema do papel.

O PIX é tão popular que se tornou uma questão eleitoral nas eleições de outubro no Brasil, com o presidente Jair Bolsonaro levando o crédito – embora o trabalho no sistema tenha começado sob o ex-presidente Michel Temer (2016-2018).

Enquanto isso, o adversário de Bolsonaro, o ex-presidente de esquerda Luis Inácio Lula da Silva (2003-2010), tem sido alvo de uma campanha de desinformação, com relatos falsos de que planeja matar o PIX para proteger os grandes bancos, cujas comissões sobre transferências eletrônicas desde então evaporaram . O sistema foi lançado.

trocar dinheiro

Disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, o PIX permite que qualquer pessoa com conta bancária envie e receba dinheiro instantaneamente.

Todos os remetentes precisam de um aplicativo bancário em seu smartphone e da “chave” da conta de destino – geralmente um número de telefone ou CPF.

Algumas caixas registradoras e terminais de pagamento permitem que os usuários digitalizem um código QR que agiliza o pagamento.

No momento, o PIX ainda é usado principalmente para microtransações.

O valor total transferido via PIX no primeiro trimestre do ano foi de cerca de dois bilhões de riais (US$ 392 milhões), o que representa cerca de um quinto das outras transferências eletrônicas.

“O PIX substituiu essencialmente as transações que antes ocorriam em dinheiro”, diz Leandro Vilain, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Mas o número de transferências é enorme.

No primeiro trimestre, os brasileiros utilizaram o PIX em 4,2 bilhões de transações – 22,9% do total – contra 3,7 bilhões para cartões de crédito (19,3%) e 3,5 bilhões para cartões de débito (19,8%), segundo o Banco Central.

Os empresários também se beneficiam.

Outros métodos de pagamento têm taxas altas e demoram mais para processar – até 28 dias para cartões de crédito, centrais
Banco diz.

Sequestro e fraude

Na praia do Rio de Janeiro, onde ganha a vida vendendo coco — inclusive via PIX —, José Jefferson vê outra vantagem.

“PIX é mais seguro. Com dinheiro, há maiores riscos de perda ou roubo”, diz ele.

No entanto, o sistema não está imune a ameaças de segurança.

Em maio, os sequestradores apreenderam Ana Novaes, uma arquiteta paulista de 52 anos, e a mantiveram sob a mira de uma arma por oito horas, obrigando-a a fazer empréstimos em dois bancos e transferir o dinheiro para suas contas via PIX.

Eles roubaram um total de cerca de US$ 8.000, disse Novaes à AFP.

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