HO Chi Minh (Bloomberg) – O fornecimento global de café está sofrendo um novo revés com as rígidas restrições de viagens impostas no Vietnã, o segundo maior país em crescimento, para controlar o agravamento da propagação da variante delta contagiosa do coronavírus.
O governo está mantendo a cidade de Ho Chi Minh, o centro de exportação, sob bloqueio devido a um aumento nas infecções por vírus, e possui controles rígidos de movimentação em algumas áreas de produção importantes nas montanhas centrais.
Traders e fornecedores dizem que os exportadores estão lutando para levar os grãos aos portos para embarque. Isso se soma a uma série de outros problemas logísticos, como grande escassez de contêineres e altas taxas de frete.
Grupos comerciais, incluindo a Associação de Café e Cacau do Vietnã, pediram ao governo que aliviasse as restrições, que dizem estar causando atrasos, aumentando os custos e colocando os remetentes em risco de ter que compensar os compradores pelo atraso na entrega.
Em resposta, o ministro dos Transportes, Nguyen Van, ordenou esta semana às autoridades do sul do país que façam tudo ao seu alcance para facilitar o transporte de produtos agrícolas, como café e arroz.
Ele disse aos governos locais que deveriam evitar todos os requisitos desnecessários e papelada onerosa.
Os preços globais do café estão dilacerados em meio a ameaças crescentes ao abastecimento da América do Sul à Ásia. A seca e as geadas destruíram as lavouras este ano no Brasil, o maior país produtor de arábica, aumentando os problemas logísticos generalizados no Vietnã e na Indonésia.
Enquanto alguns torrefadores decidiram mudar para suprimentos mais baratos de grãos de robusta do Vietnã depois que a geada destruiu a produção no Brasil, preços mais altos e problemas de transporte agora tornam essa opção menos atraente.