O número de mortes pelo vírus Corona no Brasil ultrapassa 4 mil mortes por dia pela primeira vez | Brasil

O desastre do coronavírus no Brasil piorou depois que mais de 4.000 mortes diárias foram relatadas pela primeira vez desde o início do surto em fevereiro do ano passado.

Pelo menos 4.195 pessoas foram mortas na terça-feira, elevando o número total de mortos no Brasil – o segundo maior do mundo depois dos Estados Unidos – para quase 337.000.

O Brasil também relatou 86.979 novas infecções. Especialistas temem que 100 mil brasileiros, um recorde, possam perder a vida apenas neste mês se nada for feito.

É um reator nuclear que desencadeou uma reação em cadeia e ficou fora de controle. “É Fukushima biológico”, disse Miguel Nicolelis, médico brasileiro e professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, que está rastreando o vírus de perto.

Apesar da crise crescente, o presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro, continua a resistir à ideia de bloqueio e minimizar a importância da pandemia.

“Não haverá bloqueio nacional”, disse o presidente a jornalistas na quarta-feira, durante visita ao sul do estado de Santa Catarina – reduto do apoio do Bolsonaro. Nosso exército não vai às ruas para manter as pessoas em casa. A liberdade não tem preço “, acrescentou o ex-capitão militar, que continua a percorrer o país e se misturar com as multidões, apesar dos riscos para a saúde pública..

O Brasil, com uma população de 212 milhões contra 328 milhões nos Estados Unidos, deve ultrapassar a taxa semanal de mortes diárias nos Estados Unidos nos próximos dias.

Muitos governadores, prefeitos e juízes estão reabrindo partes da economia, apesar do caos em curso nos hospitais superlotados e no colapso do sistema de saúde em várias partes do país. Em todo o país, as autoridades locais afirmam que o número de casos e hospitalizações está diminuindo uma semana após o bloqueio parcial.

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Miguel Lago, diretor executivo do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde do Brasil, que assessora funcionários de saúde pública, disse que a reabertura foi um erro que ele temia que levaria a um número maior de mortos, embora ele acredite que é improvável que seja revertido.

“A verdade é que a narrativa anti-lockdown do presidente Jair Bolsonaro venceu”, disse Lago. “Prefeitos e governadores estão politicamente proibidos de promover políticas de distanciamento social porque sabem que os partidários do presidente, inclusive líderes empresariais, vão sabotá-los”.

Bolsonaro, que há muito rejeitou os perigos do Coronavirus, continua contra o bloqueio como um fator prejudicial à economia.

Os pacientes da Covid-19 usam mais de 90% dos leitos em unidades de terapia intensiva na maioria dos estados brasileiros, embora os números tenham se estabilizado na última semana. No entanto, centenas de pessoas estão morrendo enquanto esperam por cuidados e suprimentos básicos como oxigênio, e sedativos estão se esgotando em vários casos.

Menos de 3% dos 210 milhões de brasileiros receberam duas doses de vacinas contra o coronavírus, de acordo com o Our World in Data, um site de busca na Internet.

No fim de semana, os juízes da Suprema Corte iniciaram um cabo de guerra pela reabertura de edifícios religiosos, que muitas autoridades locais fecharam, apesar da decisão do governo federal de classificá-los como serviços essenciais.

Algumas igrejas receberam seus seguidores no domingo de Páscoa, mas outras foram impedidas por xerifes e prefeitos. A reabertura deles será decidida no Supremo Tribunal Federal na quarta-feira, mas alguns conselhos locais, como Belo Horizonte, votaram terça-feira para manter os edifícios religiosos abertos.

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Ainda na terça-feira, um juiz do Rio de Janeiro permitiu que as escolas reabrissem conforme queria o prefeito Eduardo Pais. Horas depois, os prefeitos de Campinas e Sorocaba, duas das cidades mais populosas do estado de São Paulo, concordaram em reabrir o sistema de compra de carros após um hiato de 10 dias.

Executivos do futebol profissional em São Paulo disseram esperar jogar os jogos esta semana, após um intervalo de 15 dias, e prometeram aos promotores locais que seguiriam protocolos de saúde mais rígidos.

A Associated Press e a Reuters contribuíram para este relatório

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