SÃO PAULO, 17 de julho (Reuters) – A varejista brasileira Americanas S.P. Com as autoridades novos detalhes sobre como escondeu dívidas de mais de quatro mil milhões de dólares, deixando os investidores com enormes perdas e dúvidas sobre o que poderá vir a seguir para a marca de 95 anos, cujos ex-executivos estão sob investigação policial.
O relatório da Comissão Independente sobre Fraude Contábil, que foi apresentado ao conselho da empresa e resumido aos investidores em um documento na terça-feira, acrescenta evidências de que a administração falsificou os livros durante anos antes de declarar falência em janeiro de 2023.
O esquema incluía lançamentos indevidos nas contas dos fornecedores, tais como orçamentos de publicidade fictícios e transações financeiras que eram refletidas incorretamente no balanço da empresa.
A Americanas afirmou no processo que os responsáveis pelo incidente não trabalham mais com a empresa e que o relatório interno está sendo compartilhado com a Polícia Federal, Ministério Público e reguladores de valores mobiliários.
No mês passado, o ex-CEO Miguel Gutierrez foi preso em Madrid e posteriormente libertado no âmbito de uma investigação policial. As autoridades brasileiras buscam extraditar Gutierrez, que possui dupla cidadania.
Os advogados de Gutierrez e Saikaly disseram em declarações separadas que seus clientes negam qualquer irregularidade e estão cooperando com a investigação.
O escândalo na rede de restaurantes Americanas, apoiada por três bilionários, incluindo Jorge Paulo Lehmann, um dos empresários mais ricos do Brasil, provocou ondas de choque nos mercados financeiros e manchou a reputação de uma marca que há muito é um marco no setor varejista brasileiro.
“Estou cético quanto ao futuro da Americanas e quanto à sustentabilidade de seu modelo de negócios”, disse o consultor Andre Pimentel, sócio-gerente da Performa Partners que trabalhou na reestruturação da Americanas no início dos anos 2000.
A empresa varejista foi fundada em 1929 em Niterói, do outro lado da baía da capital do Rio, por um grupo que incluía empresários austríacos e americanos.
Posteriormente, Lehmann e seus sócios Marcel Telles e Carlos Alberto Secupera adquiriram o controle acionário da empresa. Os três, cujos nomes não foram mencionados na investigação policial, detêm atualmente cerca de 30% das ações e concordaram em fornecer capital adicional para resgatar a empresa em dificuldades.
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Elaborado por Luciana Magalhães e Luana Maria Benedetto; Edição de Brad Haynes e Kirsten Donovan
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