O Brasil caminha para a coprodução internacional

BUENOS AIRES – O Brasil está voltando à vanguarda como potência produtiva na América Latina. Na conferência Ventana Sur, realizada na segunda-feira, representantes das principais autoridades federais, estaduais e civis, bem como de um importante produtor, delinearam algumas direções que o gigante gostaria de tomar quando retornar.

Isto é importante. As duas palavras mais repetidas pelos quatro participantes da mesa-redonda realizada no primeiro dia da conferência Ventana Sur, intitulada “Panorama da indústria brasileira de mídia audiovisual e oportunidades de cooperação com São Paulo”, foram “coprodução internacional”.

O Brasil, em relação a outras potências latino-americanas e parceiros na Europa, pode mais uma vez oferecer muito.

Em 11 de maio, a Lei Paulo Gustavo, uma iniciativa de recuperação pós-pandemia, liberou R$ 2,8 bilhões (US$ 571 milhões) para os setores audiovisuais do Brasil. Esse valor já foi entregue a 27 estados e 5 mil cidades do Brasil, para ser usado como quiserem, seja para incentivos à produção e distribuição ou para a criação de uma economia local do conhecimento, disse André Ricardo Araujo Virgens, coordenador-geral da Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Brasil. Audiovisuais, subordinado ao Ministério das Relações Exteriores. diverso Em Ventana Sur.

Esta política faz parte da campanha do Pacto Federal pela descentralização, que é um dos objetivos pelos quais o presidente Lula é muito apaixonado.

Liliana Croco, coordenadora da Unidade de Promoção Cultural do Estado de São Paulo, confirmou que São Paulo – estado e municípios – recebeu 300 milhões de reais (US$ 61,2 milhões) da Lei Paulo Gustavo e que está “finalizando as linhas de financiamento”.

Croco acrescentou que o estado de São Paulo tem uma das maiores produções do Brasil, mas mesmo assim quer crescer, já que o cinema e a televisão são considerados não apenas uma cultura, mas uma indústria forte.

READ  A estreia do novo filme de Mortal Kombat foi adiada para o Brasil em maio.

Ela confirmou que, graças aos incentivos estipulados e à lei, está triplicando o apoio direto ao setor.

O Fundo Central de Apoio ao Setor Audiovisual Brasileiro também está investindo R$ 1 bilhão adicional (US$ 204,1 milhões) para 2022 e outro R$ 1 bilhão para 2023 no setor audiovisual, elevando o financiamento total para 2023 para R$ 4,8 bilhões (US$ 972 milhões).

Araujo Virgens disse que o pagamento do estímulo da FSA está “a caminho, embora ainda não finalizado”, tendo sido lançados convites à apresentação de candidaturas para diversas linhas de financiamento.

Em uma parceria modelo entre o estado de São Paulo e a Câmara Municipal, São Paulo agora oferece um incentivo em dinheiro de US$ 8 milhões para atrair fotos internacionais em todo o estado, oferecendo descontos entre 20% e 30% das despesas elegíveis até um máximo de R$ 3,2 milhões, segundo Luiz Toledo, diretor de Investimentos e Parcerias Estratégicas da Agência de Promoção da Cidade de São Paulo Spcine.

João Rooney, Luiz Toledo e Liana Crocco
Crédito: Jennifer Haslop/Ventana Sur 2023

Ele acrescentou que o incentivo em dinheiro se mostrou extremamente popular, pois seu orçamento se esgotou em menos de 24 horas, atraindo fotógrafos que investiram um total de US$ 50 milhões em São Paulo.

A grande dúvida agora é se a terceira fase de cortes em São Paulo será anunciada em breve e se incluirá algum novo critério.

Os participantes concordaram que a chave para estes investimentos é a coprodução internacional.

“Estamos num momento de mudança, num momento de mudança contínua, num momento de reconstrução, e isso significa que estamos mais uma vez retomando iniciativas que foram interrompidas nos últimos anos”, disse Araujo Virgens. Os exemplos incluem: ratificar um novo acordo de coprodução com a França.

Outras iniciativas são em grande parte novas, como o acordo quadripartite de coprodução entre os quatro estados membros do Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. “Se tudo correr bem, este acordo será assinado a nível de presidentes na cimeira do Mercosul na próxima semana em tempo recorde”, disse Araujo Virgens.

“O desafio que enfrentamos é a coprodução”, disse ele, uma política fortemente apoiada por Guelma Gonzaga, Ministra do Audiovisual do Brasil, e também coordenada com a Agência Ansigne.

Acrescentou que tendo “o Mercosul como ponto de partida”, juntamente com outros acordos agora negociados, “podemos alcançar mais fortemente outros sectores, como não só a co-produção, mas também a distribuição. Espero que muito em breve possamos anunciar novos elementos desta questão, que é um exercício mais eficaz.” Eficácia”, disse, lembrando que a coprodução pode criar a base para todo um ecossistema para o setor audiovisual.

“Quantas pessoas aqui nesta sala fizeram coproduções internacionais?” perguntou Rooney, coprodutor da Ocean Films, que produziu o filme brasileiro “Pequeno Segredo”, indicado ao Oscar, e membro do conselho da Bravi, uma associação de produtores independentes no Brasil que tem cerca de 7.000 membros ativos.

Algumas mãos se levantaram. “O Brasil está atrás de muitos países menores por causa de seu tamanho [internal] “O mercado é um mercado muito importante. Temos a responsabilidade de crescer, tendo em conta a nossa infraestrutura e prestando atenção às oportunidades de negócio”, disse Rooney, citando uma viagem familiar ao Japão e à Coreia que permitiu aos produtores compreender que tipo de negócio. projetos que poderiam oferecer a potenciais parceiros ali, “o que é algo “muito específico”.

Toledo acrescentou que a produção conjunta é fundamental, pois permite aos parceiros reter parte da propriedade intelectual e competir com a indústria global.

Rooney observou que o Brasil está prestes a negociar a regulamentação da propriedade intelectual, à medida que esses serviços se tornam abertos à coprodução e, portanto, ao compartilhamento da propriedade intelectual.

Toledo observou que o incentivo em dinheiro de São Paulo permite que as empresas brasileiras recebam até 30% dos vencedores dos descontos em dinheiro, o que abre portas para a coprodução minoritária.

Espera-se que um número crescente de projetos brasileiros maiores e mais sofisticados comecem a aparecer na área de Ventana Sur.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *