Mubadala Capital investe US$ 2,5 bilhões para produzir combustíveis renováveis ​​no Brasil

A Aceline, empresa de energia da Mubadala Capital, investirá US$ 2,5 bilhões nos próximos 10 anos para produzir diesel renovável e querosene de aviação sustentável no estado da Bahia, no nordeste do Brasil, para ajudar a atender à crescente demanda global por combustíveis limpos.

A Acelen – proprietária da refinaria Matareb, na Bahia, a segunda maior do Brasil e uma das mais antigas do país – disse que planeja iniciar a produção no primeiro trimestre de 2026, informou a empresa em comunicado na noite de domingo.

“Vamos produzir combustíveis sustentáveis ​​em escala global, ao mesmo tempo em que colocamos o Brasil no desenvolvimento da cadeia sustentável internacional”, disse Luis de Mendonça, CEO da Acelen. “Este será o primeiro empreendimento da Acelen em combustíveis renováveis. Portanto, há espaço para crescermos globalmente neste setor.”

A empresa vai focar principalmente na venda de produtos para o mercado externo em um primeiro momento, já que espera mais demanda.

“Se o Brasil avançar nas discussões já em andamento sobre as políticas de incentivo à produção e ao consumo de combustíveis renováveis ​​no país, a Acelen estará pronta para atuar também no mercado interno”, acrescentou o Sr. de Mendonça.

A medida faz parte de um acordo preliminar assinado entre Asselin e o governo da Bahia durante a visita oficial do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva aos Emirados Árabes Unidos.

O ministro da Economia dos Emirados Árabes Unidos, Abdullah bin Touq, disse no domingo que os investimentos dos Emirados Árabes Unidos no Brasil aumentaram para US$ 5 bilhões, à medida que os Emirados Árabes Unidos continuam a aprofundar seus laços comerciais e econômicos com a maior economia da América Latina.

Os principais investidores no Brasil incluem grandes empresas dos Emirados Árabes Unidos, incluindo DP World, Emirates Airlines, First Abu Dhabi Bank, Yahsat e Mubadala Investment Company.

O Sr. Bin Touq disse que os dois países estão atualmente cooperando em setores estratégicos, incluindo indústria, transporte, navegação, armazenamento, infraestrutura, construção, gestão portuária, energia, mineração, bancos e propriedades.

A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira informou em nota nesta segunda-feira que as exportações brasileiras para os Emirados somaram US$ 714,07 milhões no primeiro trimestre deste ano, enquanto as importações dos Emirados somaram cerca de US$ 357 milhões.

A Mubadala Capital, subsidiária de gestão de ativos do investidor soberano de Abu Dhabi, Mubadala, formou a Asilin para operar a refinaria Matarib e os ativos logísticos associados. Em 2021, a Mubadala comprou a refinaria e os ativos de logística, então conhecida como refinaria Landolfo Alves, da Petrobras por US$ 1,65 bilhão.

A Mubadala Capital administra US$ 17 bilhões em ativos, dos quais US$ 13 bilhões são administrados na forma de instrumentos de capital de terceiros. Ela supervisiona dois fundos no Brasil que se concentram em oportunidades especiais, bem como uma série de veículos de investimento mútuo, veículos de propósito específico e fundos contínuos, de acordo com seu site.

Espera-se que o mais recente projeto de combustível limpo da Bahia gere 1 bilhão de litros anualmente, injete 85 bilhões de reais (US$ 17,3 bilhões) na economia brasileira, crie 90.000 empregos e reduza as emissões de carbono em até 80% ao substituir os combustíveis fósseis, de acordo com um comunicado da Acelen. .

“A história de transição energética da Acelen começou no início das operações com a reforma da refinaria Matarib na Bahia e a consequente redução do impacto ambiental da usina”, disse o Sr. de Mendonça.

“Agora estamos dando um passo estratégico em nossa missão de desempenhar um papel de liderança na transição energética por meio da implementação de um projeto único e transformador.”

Ela acrescentou que, na primeira fase do projeto, a Aselin utilizará óleo de soja e outras matérias-primas, em linha com o potencial agrícola brasileiro.

Ela acrescentou que na segunda fase, com início previsto para 2025, a empresa utilizará óleo de palma e óleo de macaúba, óleo de árvore indígena brasileira com alto potencial energético e ainda não totalmente explorado em escala comercial.

Ao todo, será cultivada uma área de 200 mil hectares, equivalente a 280 mil campos de futebol, com prioridade para áreas degradadas.

O projeto se beneficiará das instalações, armazenamento e infraestrutura logística existentes na refinaria de Matareb.

Aselin disse que uma unidade sustentável de geração de hidrogênio será construída para a unidade de hidroprocessamento de combustível e a construção começará em janeiro.

A capacidade diária de processamento deve chegar a 20 mil barris de combustível renovável, o equivalente a 1 bilhão de litros anuais, o suficiente para abastecer 1,1 milhão de carros, segundo Aslin.

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Inicialmente, a produção de diesel verde e combustível de aviação sustentável (SAF) terá como alvo os mercados internacionais, pois esses produtos já foram aprovados para comercialização e consumo.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo estima que a SAF poderia contribuir com cerca de 65% das reduções de emissões necessárias para o setor aéreo atingir sua meta de zero líquido até 2050.

Atingir a meta requer um aumento exponencial da produção para atender a demanda. O maior aumento na produção é esperado na década de 2030, à medida que os subsídios do governo se tornam globais, o SAF se torna competitivo com o querosene fóssil e a compensação confiável se torna mais escassa, de acordo com o órgão de lobby das companhias aéreas.

A Acelen planeja investir em genética, melhorar a produtividade e selecionar áreas adequadas com fazendas de alto valor energético. Também construirá um laboratório de germinação de sementes em escala industrial e fará investimentos em pesquisa, estabelecendo parcerias com instituições públicas e privadas no Brasil e no exterior.

“O projeto será sustentável do início ao fim, integrando a remoção de carbono em larga escala em toda a cadeia, com o uso de plantas nativas de alta energia e a restauração de áreas degradadas, ao longo do caminho, capturando as emissões de dióxido de carbono”, disse Asselin .

Atualizado: 17 de abril de 2023, 9h31

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