Lula brasileiro está em Xangai em visita para estreitar relações com a China

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, está no centro financeiro chinês de Xangai para estreitar os laços com o maior parceiro comercial de seu país.

Lula chegou na noite de quarta-feira e deve se encontrar com seu colega chinês, Xi Jinping, em Pequim na sexta-feira, antes de concluir sua visita no sábado.

O governo brasileiro diz que os dois lados devem assinar pelo menos 20 acordos bilaterais durante a viagem de Lula, destacando a melhora nas relações após um período difícil sob seu antecessor Jair Bolsonaro.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da China, o banco foi criado há mais de sete anos e já aprovou 99 projetos de empréstimos no valor total de mais de US$ 34 bilhões, principalmente para projetos de infraestrutura.

Grande parte desse crédito foi para o Brasil para projetos como um sistema de metrô na capital comercial, São Paulo.

Segundo o governo brasileiro, durante o encontro com Xi, Lula deve discutir comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudanças climáticas e acordos de paz.

A China é o maior mercado de exportação do Brasil, comprando dezenas de bilhões de dólares em soja, carne bovina, minério de ferro, aves, celulose, cana-de-açúcar, algodão e petróleo bruto a cada ano. O Brasil é o maior receptor de investimentos chineses na América Latina, de acordo com a mídia estatal chinesa, embora Lula tenha se manifestado contra a propriedade chinesa de empresas brasileiras.

Um dos acordos que Lula assinará na China será a construção do sexto satélite construído em um programa binacional que monitorará biomas como a floresta amazônica.

A China também encerrou recentemente a proibição da carne bovina brasileira em fevereiro, após a descoberta de um caso atípico de doença da vaca louca.

Politicamente, a visita do esquerdista Lula marca o ressurgimento do Brasil nas relações globais desde que ele substituiu Bolsonaro em janeiro.

Este populista de direita e membros de sua família frequentemente causaram atritos com as autoridades chinesas sobre questões desde as origens da pandemia de COVID-19 até a controversa empresa de telecomunicações Huawei. Bolsonaro era um grande fã dos nacionalistas de direita e mostrava pouco interesse em assuntos internacionais ou em viagens ao exterior.

Especialistas disseram que Lula, que visitará um centro de pesquisas da Huawei em Xangai na quinta-feira, fez viagens à Argentina e ao Uruguai em janeiro e aos Estados Unidos em fevereiro, indicando a importância que atribui aos assuntos internacionais. Ele percorreu o mundo durante sua primeira presidência de 2003-2010, especialmente em seu segundo mandato, quando visitou dezenas de países, e visitou a China duas vezes antes.

Uma parte fundamental dos esforços de divulgação de Lula é sua sugestão de que o Brasil e outros países em desenvolvimento, incluindo a China, negociem a paz sobre a Ucrânia. No entanto, sua sugestão de que a Ucrânia desista da Crimeia como meio de estabelecer a paz irritou Kiev e seus apoiadores mais próximos.

A China também procurou desempenhar um papel no fim do conflito, embora de maneira muito favorável a Moscou. Recusou-se a condenar a invasão, criticou as sanções econômicas impostas à Rússia e acusou os Estados Unidos e a OTAN de fomentar o conflito.

A Rússia e a China declararam uma relação “sem fronteiras” em uma declaração conjunta no ano passado, e Xi sublinhou a proximidade dos laços por meio de seu encontro com o presidente Vladimir Putin de Moscou no mês passado.

A proposta de paz chinesa apresentada em fevereiro tem pontos em comum com a proposta de Lula, como o fim das hostilidades e o início das negociações, mas nada diz sobre a devolução das terras ucranianas capturadas pela Rússia e seus aliados separatistas.

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