Lojas europeias param de vender carne brasileira devido a links de desmatamento

Uma foto aérea mostra gado em um pedaço de terra desmatada na Amazônia perto de Porto Velho, Rondônia, Brasil, 14 de agosto de 2020. REUTERS/Usley Marcelino

Registre-se agora para obter acesso ilimitado e gratuito ao Reuters.com

São Paulo/Amsterdã (Reuters) – Seis redes de supermercados europeias, incluindo duas da holandesa Ahold Delhaize (AD.AS) e da subsidiária Carrefour (CARR.PA), disseram nesta quarta-feira que pararão de vender parte ou toda a sua carne bovina. Produtos do Brasil devido à sua ligação com a destruição da floresta amazônica.

As promessas variaram desde a rede de supermercados Lidl Netherlands, que se comprometeu a parar de vender toda a carne bovina da América do Sul a partir de 2022, até decisões mais focadas para interromper as vendas de certos produtos de carne bovina ou charque.

Vários dos produtos afetados estão associados ao maior frigorífico do mundo, JBS SA (JBSS3.SA).

Registre-se agora para obter acesso ilimitado e gratuito ao Reuters.com

Os boicotes vieram em resposta a uma investigação do Repórter Brasil que alegou que a JBS obtinha indiretamente vacas de áreas desmatadas ilegalmente, em um esquema conhecido como “lavagem de gado”.

Isso acontece quando o gado criado em um terreno retirado ilegalmente é vendido para uma fazenda legítima antes de ser vendido a um matadouro, para ocultar sua procedência.

A JBS disse à Reuters que tem tolerância zero para desmatamento ilegal e baniu mais de 14.000 fornecedores por descumprimento de suas políticas. A empresa disse que monitorar fornecedores indiretos – aqueles antes do vendedor final do frigorífico – é um desafio para todo o setor, mas a JBS estabelecerá um sistema capaz de fazê-lo até 2025.

O frigorífico brasileiro disse que a pesquisa da Repórter Brasil mencionou apenas cinco dos 77 mil fornecedores diretos da JBS e que esses fornecedores atenderam às políticas da empresa no momento da compra.

As taxas de desmatamento aumentaram na Amazônia brasileira, a maior floresta tropical do mundo, desde que o presidente de direita Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019 e reverteu as medidas de proteção ambiental. Ele disse que almeja mais agricultura e mineração para tirar a região da pobreza.

O desmatamento atingiu uma alta de 15 anos em 2021, com mais terras desmatadas do que o estado americano de Connecticut.

A maior parte da terra nua é usada para a criação de gado.

Entre outros compromissos, Albert Heijn, da Ahold Delhaize, a maior rede de supermercados da Holanda, parou de comprar carne bovina do Brasil.

Um porta-voz da Albert Heijn disse à Reuters que a empresa atualmente vende um punhado de carne bovina e bacon de origem brasileira a cada semana.

A Auchan France também retirará de suas prateleiras produtos de beef jerky vinculados à JBS. Carrefour Bélgica e Delhaize deixarão de vender bacon Jack Link.

JBS e Jack Link’s têm uma joint venture que produz Jerky. Jack Link’s não respondeu a um pedido de comentário.

A Sainsbury’s UK da J Sainsbury Plc’s (SBRY.L) deixará de comprar sua carne bovina do Brasil, mas disse que 90% de sua carne bovina vem da Grã-Bretanha e da Irlanda.

Registre-se agora para obter acesso ilimitado e gratuito ao Reuters.com

Reportagem adicional de Jake Spring em São Paulo e Anthony Deutsch em Amsterdã

Nossos critérios: Princípios de Confiança da Thomson Reuters.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *