Investigação sobre escândalo de joias de Bolsonaro pode atrasar retorno dele ao Brasil, dizem fontes

FOTO DO ARQUIVO: Senador Flavio Bolsonaro olha de soslaio para o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro durante entrevista coletiva no Palácio da Alvorada em Brasília, Brasil, 4 de outubro de 2022. REUTERS/Adriano Machado

RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA – Uma investigação criminal sobre alegações de esforços do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro para trazer ilegalmente US$ 3,2 milhões em joias para o país pode atrasar seu retorno dos Estados Unidos, disseram fontes ligadas a Bolsonaro à Reuters nesta terça-feira.

Na segunda-feira, o ministro da Justiça, Flavio Dino, ordenou que a polícia investigasse o caso. Bolsonaro vive um exílio autoimposto nos Estados Unidos depois de perder sua candidatura à reeleição em 2022.

Joias de luxo oferecidas a Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo governo saudita foram apreendidas por funcionários da alfândega no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos em outubro de 2021.

Os brasileiros podem trazer mercadorias ou presentes no valor de US$ 1.000 e pagar impostos pesados ​​por qualquer coisa acima desse valor.

A mídia local informou que o governo Bolsonaro tentou, sem sucesso, recuperar as joias por meio de funcionários do governo.

As fontes disseram que o incidente foi ainda mais complicado por uma série de cartas de funcionários do governo Bolsonaro solicitando a liberação das joias. Um deles, disseram, foi enviado na véspera de sua partida para os Estados Unidos, dois dias antes de seu mandato terminar em dezembro.

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Bolsonaro disse que planeja voltar ao Brasil este mês para liderar a oposição e se defender das acusações de que teria incitado os distúrbios de 8 de janeiro em Brasília, durante os quais seus apoiadores invadiram prédios do governo. Ele também indicou seus planos de concorrer à presidência novamente em 2026.

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Bolsonaro perdeu as eleições de 30 de outubro para seu rival de esquerda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante meses antes da votação, ele lançou suspeitas infundadas sobre o sistema eleitoral, criando uma força efetiva de negadores das eleições.

Bolsonaro, que começou seu exílio na Flórida, foi visto cumprimentando apoiadores, comendo em restaurantes de fast food e discursando em reuniões conservadoras. Ele não estava disposto a definir uma data específica para seu retorno.

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Ele entrou nos Estados Unidos com um visto destinado a chefes de estado e outros funcionários do governo e, em seguida, solicitou um visto de turista de seis meses. Como ele não ocupa mais cargos públicos, ele está mais vulnerável a ações judiciais, como mandados de busca e apreensão.

Seu filho, o senador Flavio Bolsonaro, disse na quarta-feira que seu pai voltaria em 15 de março, mas rapidamente apagou a postagem.

“Sinto muito pelo post anterior, posso ter perdido muito”, escreveu ele no Twitter, acrescentando que a data era “possível, mas ainda não confirmada”.


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