Inflação, crescimento e valorizações: motivos para amar o Brasil

Em outubro reelegeu Luís Inácio Lula da Silva (Lula) como presidente, cargo que ocupou de 2002 a 2010. Como Lula é do Partido dos Trabalhadores (PT), de esquerda, e dada a reação antimercado os sucessos eleitorais da esquerda no Chile, Colômbia e Peru É hora de mudar nossa visão do Brasil?

Continuamos muito positivos para o Brasil no sentido absoluto e para outros mercados emergentes. Não vemos o governo Lula como um risco material para a economia ou os mercados financeiros do Brasil, e continuamos a encontrar oportunidades de investimento atraentes lá.

Por que estamos otimistas com a guinada política do Brasil para a esquerda?

A primeira razão é que a economia brasileira continua relativamente forte, impulsionada pelos preços das commodities e pela recuperação da retração anterior.

Esses termos são semelhantes àqueles em que Lula esteve anteriormente no poder – o que foi um bom período para investidores em ações (MSCI Brasil retornou 36,9% ao ano em dólares americanos; improvável que se repita desta vez, mas isso é uma evidência de que o presidente de esquerda não é necessariamente um problema).

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Os preços de exportação e a balança comercial permanecem historicamente fortes, o que sustentará o crescimento e a moeda, enquanto a economia doméstica continua se recuperando da profunda contração de 2014-16 (recuperação prolongada devido à redução da atividade do COVID-19); As pesquisas do PMI mostram uma expansão contínua nas atividades de manufatura e não manufatura.

Outro fator é que as instituições centrais do Brasil permanecem fortes e amigáveis ​​ao mercado, o que irá restringir os desejos mais populares do próximo governo.

O banco central continua muito rígido em relação à antiinflação, enquanto as eleições desviaram tanto o Congresso quanto o Senado para coalizões de centro-direita.

As coalizões de direita viram sua participação nas cadeiras aumentar de 46% para 49% na Câmara dos Deputados e de 31% para 44% no Senado.

Como o teto de gastos fiscais (que Lula indicou que gostaria de aumentar) é uma medida constitucional, qualquer reforma deve passar pelas duas casas.

Então, desde o início de 2021, a política monetária tem sido usada agressivamente para reduzir a inflação enquanto eleva as taxas de juros políticas de 2% para 13,75%.

Com inflação e expectativas de inflação mais baixas, 2023 deve ver o Brasil se tornar um dos primeiros grandes países a entrar em um ciclo de taxas de juros mais baixas, o que deve sustentar a economia e o mercado de ações.

Por fim, as avaliações das ações no Brasil são atrativas, ao contrário da história e comparadas a outros mercados emergentes de tamanho similar.

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A relação P/L sobre os ganhos consensuais de 12 meses para o MSCI Brasil é de apenas 6,6x, em comparação com a média de longo prazo para o Brasil de 11,2x e os níveis atuais de 21,6x para a Índia, 14,6x para a Arábia Saudita e 12,6x para o México.

Esses níveis parecem trazer muitos riscos políticos e políticos.

No sentido relativo dos mercados emergentes, e mesmo no sentido global, as condições razoavelmente boas no Brasil são muito atrativas.

As exportações líquidas de energia, um banco central que parece ter superado a inflação, ativos financeiros, crescimento econômico moderado e avaliações de mercado atraentes são condições que poucos países desfrutam em qualquer lugar.

Diante disso, achamos que os investidores podem conviver com um governo mais de esquerda no Brasil. Certamente podemos.

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James Sim é Gerente Sênior de Fundos da JOHCM

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