Mesmo antes do coronavírus, o setor cinematográfico do Brasil foi assolado por problemas incomuns, sendo vítima de um congelamento de quase 18 meses do financiamento do governo para filmes sob o presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro.
Agora, muitos executivos temem uma mudança drástica. “Temos o congelamento dos estímulos, o coronavírus, a crise econômica, a necessidade de uma nova lei do audiovisual”, diz Fabiano Golan, um dos maiores produtores de cinema e televisão do Brasil. Placa de madeira com o drama “Paloma” de Marcelo Gomez, na torneira.
“Temo pelo futuro das médias e pequenas empresas no Brasil”, afirma. “Eles contam com quase 100%. [federal film agency] esquecer [and] Ele pode não ter fluxo de caixa para sair da crise. “
O produtor Rodrigo Teixeira acrescenta: “Se não tivermos acesso a subsídios, a produção será paralisada, não só por causa da pandemia, mas também pela forma como está estruturado o financiamento do cinema brasileiro”.
A dupla crise empurrará as empresas brasileiras para a produção para a televisão, bem como para as plataformas digitais brasileiras.
Em outubro passado, Teixeira lançou a RT Televisão com Conteúdo Anônimo e o CAA. A televisão é definitivamente um caminho. “As empresas são pagas para produzir novelas”, diz Teixeira.
Golan diz que os jogadores de OTT trabalham com cerca de 10-15 empresas no Brasil, não mais.
A produtora Marisa Liao acrescenta que a escala de produção, principalmente cinematográfica, não pode substituir o financiamento governamental.
Em grande ironia, no ano passado os filmes brasileiros foram aclamados pela crítica em Sundance (“Amor Divino”) e prêmios em Cannes (“Bacurau”, “Vida Invisível”).
Apesar da escuridão, há algumas notícias positivas. A Spcine Film and Television Agency de São Paulo está oferecendo descontos à vista em produções internacionais – os primeiros grandes incentivos brasileiros – e em produções nacionais com grande potencial internacional filmadas em São Paulo.
A Spcine espera colocar os descontos em funcionamento no segundo semestre de 2020, afirma sua presidente, Laís Bodanzky.
“É um negócio para todos, que é o que realmente precisamos no momento”, acrescenta ela.
Os principais filmes brasileiros em desenvolvimento incluem:
“Alemão 2”
Diretor: José Belmonte
Produto: Recursos RT
Elenco: Dan Ferreira, Diego Ribeiro, Mariana Nunes, Vladimir Brechta, Lindra Leal
A sequência do drama mais mortal da favela de 2014.
“Medusa”
Diretora: Anita Rocha da Silvera
Produtor: Banana Films
Elenco Principal: Mariana Oliveira, Lara Trimoro A história de uma rebelião feminista contra a capitulação no Brasil neopentecostal.
“Casa da Memória”
Diretor: João Paulo Miranda Maria
Produtores: BossaNovaFilms, Mineki Films
Elenco: Antonio Pitanga, Ana Flavia Cavalcante, Sam Luic
A estreia de Miranda Maria trata de um choque cultural para encontrar as raízes.
“paloma”
Diretor: Marcelo Gomez
Produtoras: Carnaval Filmes, Rec Producers, Ukbar Filmes, Gullane, Misti Filmes
Elenco principal: Kika Sena, Redson Reese, Zee Maria
Um drama sobre Paloma, uma trabalhadora agrícola transgênero que entra em conflito com o profundo conservadorismo do Brasil rural.
“Princesa Yakuza”
Diretor: Vicente Amorim
Produtor: Filmland Intl.
Elenco principal: Jonathan Rhys-Myers, Masumi, Tsuyoshi Ihara
Ativista do crime brasileiro Yakuza do autor de Amorim (“Good”, “Motorad”, “The Division”).