Explicação: O que significa inflação recorde para a zona do euro?

Números divulgados na sexta-feira mostraram que a inflação nos 19 países que usam a moeda euro atingiu o máximo de todos os tempos, impulsionada pelo aumento dos custos de alimentos e energia.

Aqui está uma visão mais detalhada dos dados:

O que dizem os números?

Os preços ao consumidor na zona do euro, formada por economias da União Europeia como a França e a Alemanha, aumentaram 5 por cento em dezembro em comparação com o ano anterior, de acordo com o escritório de estatísticas europeu, Eurostat.

Os preços da energia lideraram o aumento, saltando 26 por cento no ano passado, ligeiramente abaixo do mês anterior. O aumento nos preços dos alimentos subiu fortemente para 3,2 por cento de 2,2 por cento em novembro, e os preços das commodities subiram a um ritmo mais rápido de 2,9 por cento.

No entanto, os aumentos no preço dos serviços diminuíram para 2,4 por cento, indicando que a variante omicron da Covid-19 reduziu a demanda por viagens de férias. Depois de excluir itens potencialmente voláteis, como alimentos e energia, o núcleo da taxa de inflação na zona do euro se manteve estável em 2,6 por cento.

Por que isso é importante?

A última leitura quebrou o recorde de 4,9 por cento estabelecido em novembro e representou o nível mais alto de inflação desde o início da manutenção de registros para a moeda do euro em 1997, dois anos antes de seu lançamento real.

Isso significa que tudo, desde alimentos no supermercado até viagens de compras e combustível, custa mais, já que a recuperação econômica da pandemia aumentou a demanda por energia e interrompeu as cadeias de abastecimento globais.

Os números destacam como a inflação emergiu como um dos principais problemas com os quais os formuladores de política econômica lutam.

Está aumentando a pressão sobre o Banco Central Europeu para agir sobre a inflação, pois manteve as taxas de juros muito baixas para estimular a economia a se recuperar das profundezas da pandemia. A chegada do omicron forçou um repensar de quaisquer decisões que possam sufocar o crescimento econômico, e analistas não esperam que o Banco Europeu aumente as taxas de juros até 2023.

A inflação não é apenas um problema da UE. Os preços ao consumidor nos EUA aumentaram no ritmo mais rápido em 39 anos e na taxa mais alta em mais de uma década na Grã-Bretanha. A taxa de inflação da Turquia atingiu 36 por cento no mês passado – a maior taxa em 19 anos – e o Brasil a viu acelerar para mais de 10 por cento, o ritmo mais rápido em 18 anos.

O que os especialistas acreditam?

Alguns economistas acreditam que a inflação da zona do euro atingirá o pico em breve, se é que já não chegou. Um dos fatores-chave são os preços do gás natural, “que têm estado incrivelmente voláteis nas últimas semanas e o principal motor da recente recuperação da inflação”, disse Bert Cullen, economista-chefe do ING Bank, em um relatório.

Ele disse que os preços do gás natural e do petróleo nos mercados futuros indicam que a inflação de energia atingiu o pico e deve cair.

“A questão é quão acentuada será a tendência de baixa”, disse Colin agora.

Ele e outros economistas esperam que o núcleo da inflação diminua, mas permaneça em 2 por cento ou mais este ano, dando ao Banco Central Europeu algum espaço para respirar quando se trata de sua decisão sobre a taxa de juros.

O que outros países estão fazendo?

Apesar da alta dos preços do Omicron e seus efeitos incertos sobre a economia global, os bancos centrais têm aumentado as taxas de juros para combater a alta da inflação ou estão tomando medidas nessa direção.

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O Banco da Inglaterra no mês passado se tornou o primeiro banco central em uma grande economia avançada a aumentar as taxas de juros desde o início da pandemia. O Banco Central Europeu adotou uma abordagem mais cautelosa, mas também decidiu começar a desfazer cuidadosamente alguns de seus esforços de estímulo ao longo do próximo ano.

O Federal Reserve dos EUA está se movendo mais rápido do que a Europa para restringir o crédito, já que os preços ao consumidor saltaram 6,8% em novembro do ano passado.

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