‘Estranho’: Peça em massa em igreja brasileira esvazia cinemas | Brasil

O maior cinema do Brasil em mais de uma década é o filme evangélico do bispo que bateu recordes de bilheteria.

Há apenas um problema: um filme que está completamente esgotado não consegue lotar as salas de cinema.

Nada a perder (Nada Birder) conta a história de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus – uma controversa e influente igreja evangélica cuja atuação abrange 110 países e com quase 10 milhões de seguidores em todo o mundo.

Parcialmente financiado e promovido pela Record, o próprio canal de televisão de Macedo, o filme já vendeu quase 9 milhões de ingressos, segundo a empresa de relógios comScore, tornando-se o filme brasileiro mais vendido desde que a comScore começou a medir a receita de bilheteria em 2002.

Mas ela joga em fileiras de assentos vazios.

Quando o filme estreou no último final de semana de março, o jornal Folha de S Paulo foi a nove salas de São Paulo, mas constatou que os shows estavam meio vazios. Os clientes disseram que receberam ingressos de sua igreja mundial local.

O filme conta a história de Macedo enquanto constrói seu império evangélico e enfrenta o establishment.

Arcebispo Eder Macedo no Rio de Janeiro.
Arcebispo Eder Macedo no Rio de Janeiro. Fotografia: Samuel Martins/AP

Macedo foi preso brevemente em 1992 e indiciado junto com três outros líderes da igreja em 2011 por acusações de lavagem de dinheiro, envio ilegal de dinheiro ao exterior, extorsão, peculato e deturpação. Um porta-voz dos queixosos disse que Macedo ainda não havia sido julgado pela acusação de lavagem de dinheiro, enquanto as outras acusações haviam expirado ou foram retiradas do tribunal.

Os críticos criticaram que não há nada a perder. “Deixa a impressão de que a arte era menos importante e que o filme foi feito para glorificar o protagonista e sua religião”, disse o jornal carioca O Globo.

No entanto, o filme ainda é o sexto filme mais vendido no Brasil, de acordo com o Filme B, um órgão independente de vigilância do cinema.

“É um sucesso programado. O público não apareceu”, disse Paolo Almeida, diretor do filme de B.

A autobiografia de Maidoo de 2012 (na qual o filme foi baseado) tornou-se um best-seller nos Estados Unidos e no Reino Unido, em meio a relatos semelhantes de que as igrejas estavam comprando cópias a granel.

Segundo a Folha, os cinemas também não lotaram quando a Record lançou uma versão longa-metragem da novela Os Dez Mandamentos, há dois anos, mas o filme é o segundo filme brasileiro mais vendido da comScore.

Em um e-mail, um porta-voz da Igreja Mundial descreveu os relatos de que o filme estava sendo exibido em cinemas vazios como uma “mentira” e “notícias falsas” promovidas pela mídia com um “longo histórico de ataques contra a fé universal e cristã”.

Ele disse que a igreja “nunca” comprou ingressos para o filme, mas que havia uma “iniciativa para que o maior número possível de pessoas pudesse ver o filme – acolhendo moradores carentes e favelados, excluídos e aqueles que nunca viram o filme”. filme.” Eles tinham acesso ao cinema onde moravam.”

Na noite de segunda-feira, dois shows no início da noite em um cinema no centro do Rio de Janeiro esgotaram online e nas bilheterias. Mas um foi exibido em um cinema completamente vazio e o outro foi assistido por uma mulher e seus dois filhos.

O gerente de plantão, que pediu para não ser identificado, disse que essa situação se repetia noite após noite. “Também acho estranho”, disse o gerente.

Tatiana Fernandez, 30, que mora na favela da Rossina e trabalha em um restaurante, veio ver o filme com as filhas Manueli, sete, e Victoria, três meses depois de conseguir ingressos na igreja mundial local onde mora.

“O cinema é caro e muitas pessoas não podem pagar”, disse ela. “Sou um evangelista e quando o filme saiu eu estava louco para assisti-lo.”

Mas, ela acrescentou, “eu gostaria que houvesse mais pessoas”.

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