Em homenagem ao ilustre ator/diretor brasileiro Milton Gonçalves

Fotos: Paolo Melino Wikimedia Commons

Brilhante ator/diretor brasileiro Milton Gonçalves Ele morreu de um acidente vascular cerebral no Rio de Janeiro, Brasil, em 30 de maio de 2022. Em 15 de julho de 2020, após retornar de Renascença Clube, Um histórico clube negro do Rio de Janeiro, começa a passar mal.

Como quase todo ator, Milton começou no teatro e teve uma impressionante carreira cinematográfica que abrangeu quase cinquenta filmes, incluindo Hollywood com Kickboxer 3: The Art of War (1992), entre outras produções internacionais. Participou de mais de quarenta séries de televisão como ator e também foi série de televisão na maior emissora de televisão da América Latina, a Rede Globo, numa época em que apenas ele e Luiz Antonio Pilar eram diretores da TV Negra.

Gonçalves foi um ícone da televisão brasileira e muito se falou sobre sua importância. Vou me concentrar em um aspecto raramente discutido após sua morte – sua posição como ator negro e sua voz pública. Considero este o seu maior legado.

Primeiro, o Brasil onde Milton Gonçalves nasceu em 1933 e onde deixamos Milton em 2022, é outro país porque ele foi pioneiro como ator afro-brasileiro e tem lutado para transformar o imaginário social. É impossível contar a história da televisão brasileira sem falar de Milton Gonçalves. Nem mesmo a supremacia branca pode erradicá-la.

Apesar de ser muito conhecido, nunca fica na sua zona de conforto. Milton era membro do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro. Milton foi crítico, inclusive, crítico Pronto Globo. Quem critica publicamente o empregador?

Hoje, muito se fala em empoderamento. Para essa nova geração, Milton Gonsalves foi considerado um ícone na luta. Na série, Cabana de Bye Thomas (1970), ator branco Sérgio Cardoso Interpretando um personagem negro, Milton testemunhou esses rostos negros históricos.

No documentário clássico, A Negação do Brasil (2000), dirigido por Joel Zito Araujo, criticou Milton Cabana de Thomas e outras produções da Rede Globo ambientadas nos subúrbios do Rio de Janeiro e da Bahia, estado de maior população negra, porque não era nem figurante dos negros.

No entanto, o avanço da Rede Globo em questões raciais é irrefutável. Hoje, seria impossível que um novo rosto negro aparecesse.

No YouTube, há um vídeo do ator e diretor José Welker falando sobre como a TV Globo se firmou como meio de cultura de massa a partir de estudos da minha luta e seguindo as diretrizes do Partido Nazista.

Segundo Welker, paradoxalmente, quando a televisão se depara diariamente com esses problemas, a televisão acaba se atualizando em torno do debate público.

Além disso, Milton abordou publicamente a controvérsia em torno dos papéis estereotipados dados aos atores negros. Eu o assisti falar durante a Bienal União Nacional dos Estudantes no Rio de Janeiro em 2007. Para ele, como ator, o vilão é mais importante porque Zaghari é um personagem-alvo.

Infelizmente, não temos mais Milton Gonsalves entre nós. A vida de Milton Gonsalves representa a transformação de um homem negro que deixou o campo para morar nas capitais do país. No entanto, ele encarnou um personagem que ele só poderia representar para nós. Agora tornou-se uma entidade em orbes.

*Paulo Melino é ator, produtor cultural, escritor e consultor editorial de África e Africanidades e foi pesquisador do Núcleo de Filosofia Africana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Brasil). Mileno também escreve para Observatório da Imprensa (São Paulo – Brasil), Brasil de Fato (São Paulo – Brasil), Jornal do Brasil (Rio de Janeiro – Brasil), Black History Month (Londres – Inglaterra) e Ufahamu: A Journal of Black Studies da UCLA – UCLA (Los Angeles – EUA), San Francisco National Black (San Francisco – EUA), Black Star News (Nova York – EUA) e Africa Business (Cidade do Cabo – África do Sul). Você pode contatá-lo via [email protected]

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