Economia brasileira enfrentará grandes obstáculos em 2023, dizem especialistas | Notícia

Especialistas disseram que a economia brasileira enfrentará grandes desafios em 2023, incluindo um cenário global incerto, inflação alta e uma recuperação econômica impressionante, enquanto o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva luta em seu primeiro ano no cargo.

A nova equipe econômica de Lula, liderada por Fernando Haddad, o novo ministro da Fazenda, deve encontrar um equilíbrio entre fortalecer os programas sociais como prometido e conter gastos para evitar o aumento da dívida pública.

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Segundo Roberto de Goes Ellery Jr., professor de economia da Universidade de Brasília, a atividade econômica em 2022 se beneficiou de políticas de estímulo ligadas ao esforço de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, que perdeu para Lula nas eleições de outubro.

“Olhando para os números de 2022, há um resultado interessante: bom crescimento em linha com os padrões brasileiros, inflação alta, mas menor do que em outros países, como Estados Unidos e Europa, por exemplo”, afirmou.

“Minha avaliação é que aparentemente foi um ano bom, mas pode ter um custo alto depois, como já aconteceu na história do Brasil. Vejo com preocupação o resultado financeiro de maior arrecadação de impostos, porque se deve em grande parte à inflação”, disse o professor.

Ele destacou: “Em 2022, tivemos números positivos devido a políticas de curto prazo, e em 2023 devemos pagar a conta dessas políticas enquanto o novo governo tenta cumprir as promessas de campanha”.

Ele observou que o impacto do aumento dos gastos pode trazer problemas, “porque ninguém gosta de juros altos, inflação ou desvalorização do câmbio”.

“Minha leitura é que 2023 será um ano difícil, tanto do ponto de vista econômico quanto político. O governo precisará de muita capacidade para superar as dificuldades e obter bons resultados, além de atender às necessidades da sociedade”, afirmou. Ele disse.

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Luis Antonio Paulino, professor de economia da Universidade Estadual Paulista, espera que o ritmo de crescimento do Brasil, que foi muito positivo em 2022, desacelere no próximo ano, afetado pela incerteza global.

“Em 2022, a taxa de crescimento do Brasil deve ser de 2,8%, acima da média dos países desenvolvidos, mas abaixo da média mundial dos emergentes”, afirmou.

Ele acrescentou: “O que sustentou o crescimento econômico em 2022, apesar dos problemas, foi a recuperação da atividade pós-pandemia, especialmente no setor de serviços, à medida que as restrições impostas pela pandemia do COVID-19 foram atenuadas”.

Ele disse que as perspectivas para 2023 apontam para um crescimento de 1% na economia brasileira.

“No setor manufatureiro, a recomposição dos estoques industriais também ajuda a manter a atividade econômica do setor. Mas esses fatores positivos não devem persistir em 2023, o que torna todas as previsões para 2023 piores do que as de 2022”, afirmou.

Sergio Rosa, especialista em políticas públicas e gestão do governo federal, observou que a economia brasileira passou por mudanças marcantes desde 2016 como resultado das políticas neoliberais.

Ressaltou que isso “gerou um caos na produção econômica, com clara desarticulação da atividade, e repercussões diretas nos resultados, principalmente os resultantes das políticas sociais de renda básica para os grupos mais carentes”.

Esses fatores negativos foram posteriormente amplificados pela pandemia do COVID-19 e pela crise na Ucrânia, disse o economista.

Ele disse que “o desempenho econômico do Brasil nos últimos seis anos foi uma reestruturação acompanhada pelo caos na produção e no sistema de crédito, principalmente devido às novas tecnologias bancárias”.

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No entanto, disse, a volta do Partido Trabalhista ao poder aumenta as chances de políticas voltadas para uma coordenação e integração mais produtivas.

Ele acrescentou que o governo de Lula deve levar a uma “forte aplicação da lei, vinculada ao aumento da capacidade de coordenar a produção por meio de políticas sociais e integrar-se significativamente à nova matriz de cadeias globais de valor agregado”.

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