Desmatamento recorde na Amazônia brasileira em fevereiro: Agência

Buenos Aires

O desmatamento na Amazônia brasileira atingiu um recorde em fevereiro, de acordo com novos dados divulgados sexta-feira pela Agência Espacial Nacional (INPE) do país.

Os dados mostram que 322 quilômetros quadrados (79.568 acres) da floresta foram desmatados em fevereiro, de acordo com o sistema DETER do INPE.

O número revela um aumento de 62% em relação a fevereiro de 2022, quando foram desmatados 199 quilômetros quadrados.

Os estados com maiores taxas de desmatamento foram Mato Grosso com 162 quilômetros quadrados, Pará com 46 quilômetros quadrados, Amazonas com 46 quilômetros quadrados e Roraima com 31 quilômetros quadrados.

No Cerrado, a área desmatada foi de 558 quilômetros quadrados em fevereiro, um aumento de 98% em relação a fevereiro de 2022, quando foram desmatados 282 quilômetros quadrados.

Muitos ambientalistas e defensores dos povos indígenas e dos direitos territoriais criticaram as políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro, insistindo que ele se afastou do ambientalismo, causando estragos no meio ambiente à medida que madeireiros, garimpeiros e fazendeiros ilegais limpam vastas extensões de terra.

Em novembro de 2022, antes de assumir a presidência, Luiz Inácio Lula da Silva prometeu na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP27, proteger a floresta amazônica, dizendo às autoridades que nos primeiros três anos do governo Bolsonaro, o desmatamento aumentou 73%, enquanto no ano passado foram desmatados 13 mil quilômetros quadrados.

Ele se comprometeu a fortalecer os órgãos de fiscalização e sistemas de monitoramento e combater os “crimes ambientais”.

Desde que voltou à presidência, Lula buscou fortalecer órgãos ambientais, criou um ministério dos povos indígenas e relançou o “Fundo Amazônia”, que visa proteger a biomassa amazônica.

Em nota, Frederico Machado, especialista em conservação e chefe do World Wildlife Fund – Estratégia Transferência Zero do Brasil, descreveu como “difícil reverter os danos causados ​​por uma política antiambiental em tão pouco tempo, como os números do primeiros dois meses de 2023 não revelam “direção clara.”

Ele acredita que o desmatamento diminuirá “quando houver um reflexo constante do enfraquecimento das instituições responsáveis ​​pela fiscalização e quando a retórica do novo governo ganhar mais peso”.

“O importante nesse momento é a retomada das medidas de comando e controle, a consolidação dos dispositivos que foram abolidos nos últimos anos, a valorização dos povos da floresta e seus conhecimentos e a implantação de uma economia sustentável, área em que o Brasil tem grande potencial e pode desempenhar um papel de liderança”, acrescentou Machado.

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