Desmatamento na Amazônia brasileira em fevereiro

SÃO PAULO (Reuters) – O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou em fevereiro para uma alta histórica para o mês, mostraram dados oficiais preliminares nesta sexta-feira, destacando os desafios que o novo governo enfrenta para deter a destruição.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo em 1º de janeiro, prometendo acabar com a extração ilegal de madeira após anos de aumento do desmatamento sob seu antecessor Jair Bolsonaro.

Especialistas e autoridades ambientais alertaram que pode levar anos para reduzir significativamente o desmatamento depois que Bolsonaro cortou financiamento e pessoal em agências importantes.

“Deixamos para trás um governo que apoiava o desmatamento”, disse o porta-voz do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista, na sexta-feira.

Enquanto a fiscalização e a fiscalização não atingirem toda a área, o desmatamento ilegal pode se aproveitar disso para intensificar o desmatamento”.

Até agora, há dados limitados para indicar se as políticas de conservação mais rígidas de Lula estão funcionando.

Dados da agência de pesquisa espacial Enppi mostraram que 322 quilômetros quadrados (124 milhas quadradas) foram desmatados na área no mês passado, um aumento de 62% em relação a fevereiro de 2022 e bem acima da média de 166 quilômetros quadrados do período.

Ultimas atualizações

Ver mais 2 histórias

Também foi a maior desde o início da série de dados do Inpe, em 2015.

Mas, graças aos números de desmatamento abaixo da média de janeiro, o desmatamento caiu 22% nos primeiros dois meses de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo o Inpe.

Em uma apresentação na semana passada, o cientista do Enppi culpou as grandes flutuações mensais na cobertura de nuvens que mascararam o desmatamento em imagens de satélite em janeiro, apenas para serem reveladas em fevereiro.

READ  Mercados Emergentes - Real Brasileiro Despenca Após Banco Central Suspender Taxas de Juros, Dólar Está Firmemente Pesado

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse no mês passado, com base em dados parciais de fevereiro, que era incomum que um desmatamento significativo ocorresse no início do ano, quando fortes chuvas dificultam o trabalho dos madeireiros na floresta.

“Eles derrubam as florestas mesmo na estação das chuvas. É uma espécie de vingança pelas medidas que já foram tomadas, mas vamos continuar trabalhando para atingir nosso objetivo”, disse Silva a repórteres.

(Reportagem de Gabriel Araujo) Edição de Jake Spring e Andrew Cawthorne

Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *