Crítica de ‘Marighella’: Batalha pelo Brasil

Em 2018, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro anunciar Ele quer “um Brasil parecido com o que tínhamos há 40 ou 50 anos” – uma referência à ditadura militar do país, que viu censura violenta e tortura de dissidentes.

Este contexto contemporâneo ressalta a extrema urgência de ‘Marigella’. Dirigido por Wagner Mora (a estrela da série Narcos da Netflix), o filme narra os últimos anos de Carlos Marigella, o revolucionário marxista que liderou uma luta armada contra a ditadura na década de 1960. Com um estilo cinético emocionante que lembra a Batalha de Argel, e close-ups chocantes de olhos e rostos ardentes, o filme não é apenas uma autobiografia histórica – é uma provocação.

E instale um também. Seu Jorge interpreta o carismático Marighella, que conhecemos enquanto lidera um grupo de extremistas mais jovens em um assalto a um trem portando armas. Em um flashback, descobrimos que Marigella foi expulso do Partido Comunista por seu compromisso incansável com a guerrilha. “Olho por olho” é o lema de sua cela, que foi citado ao longo do filme.

O grupo luta para se equilibrar no limite dessa frase. ‘Marigella’ atravessa com elegância assaltos, impasses e tiroteios cada vez mais sangrentos, com o policial sádico Lucio (Bruno Gagliasso) no encalço dos atiradores. No entanto, o texto se presta a um debate ideológico sagaz e carnudo, que é entregue na forma de balas claras de diálogo por uma equipe sólida e unificada.

“Sou sua companheira”, disse a esposa de Marigella, Clara (Adriana Esteves). “Mas não me faça seu parceiro. Não me peça permissão para sair daqui e morrer.” À medida que as tragédias aumentam, o filme de Mora se transforma em um lamento – não tanto para Marijella quanto o idealismo consumido por jogos caros de sistemas sujos.

Marijella
não classificado. Em português com legendas. Duração do espetáculo: 2 horas e 35 minutos. Assista pelos cinemas virtuais.

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