COP27: Saudando como um astro do rock, Lula brasileiro promete proteção à Amazônia

SHARM EL SHEIKH, Egito (Reuters) – O brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi uma estrela bem-vinda na cúpula da COP27 no Egito na quarta-feira, ao prometer renovar o compromisso do país com florestas tropicais para enfrentar a crise climática e apresentar um futuro contrato com as Nações Unidas. conversações climáticas.

“Estou aqui hoje para dizer que o Brasil está pronto para voltar”, disse Lula, provocando aplausos de uma multidão de delegados na cúpula internacional do clima no resort costeiro de Sharm el-Sheikh.

Lula venceu a eleição presidencial no mês passado contra o presidente de direita Jair Bolsonaro, que supervisionou a crescente destruição da floresta amazônica e se recusou a convocar a cúpula do clima de 2019 originalmente agendada para o Brasil.

Lula, o ex-presidente que deve iniciar seu terceiro mandato em janeiro, disse aos delegados que buscaria que o Brasil sediasse a COP30 em 2025 e que o local seria na floresta amazônica, em vez da região costeira mais densamente povoada.

A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, com mais de 6 milhões de quilômetros quadrados, absorve grandes quantidades de gases de efeito estufa que, se liberados, prejudicariam as metas climáticas globais.

“Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida”, disse ele, deixando claro que deseja que as pessoas vejam a área. “Não pouparemos esforços para eliminar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030”.

A multidão de pé incluía dois ex-ministros do meio ambiente brasileiros, legisladores, governadores de estado, ativistas e indígenas usando cocares tradicionais. O presidente da COP27, Sameh Shoukry, do Egito, acompanhou Lula ao pódio.

Lula afirmou que a mudança climática só pode ser enfrentada com justiça social, com o público aplaudindo suas declarações sobre o fim da desigualdade e a melhoria das condições dos povos indígenas.

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Ele também criticou os líderes mundiais por não priorizarem as mudanças climáticas, dizendo que ignoraram os alertas sobre a situação do planeta enquanto gastavam trilhões de dólares em guerras.

“O planeta está nos alertando a cada momento que precisamos uns dos outros para sobreviver”, disse ele.

“Mas ignoramos esses avisos. Gastamos trilhões de dólares em guerras que trazem destruição e morte, enquanto 900 milhões de pessoas no mundo não têm nada para comer.”

Lula acrescentou que pediu aos países ricos que cumpram sua promessa anterior de fornecer US$ 100 bilhões anualmente aos países pobres para ajudá-los a se adaptar às mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Foi seu segundo discurso na convenção na quarta-feira, e ambos foram embalados por aplausos dos fãs gritando “Lola! Lola!” Eles sacodem as paredes do local da conferência com seus cânticos.

Lula atravessou a conferência com um pequeno destacamento de segurança, estendendo a mão para apertar as mãos estendidas.

A Cúpula da Terra de 1992 no Brasil, no Rio de Janeiro, abriu caminho para todos os principais acordos ambientais internacionais desde então, com a assinatura da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que visa prevenir mudanças climáticas extremas e foi a base para reuniões da Conferência de as festas.

A escolha de Lula de fazer da COP27 o foco de sua primeira visita internacional desde sua eleição ajudou a revigorar as negociações deste ano.

“É muito positivo que ele tenha vindo para cá como presidente eleito, porque o atual presidente nunca compareceu às COPs”, disse Carlos Nobre, climatologista da Universidade de São Paulo.

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Ele disse que Lula mudaria as políticas ambientais do Brasil “180 graus” das de Bolsonaro.

Bolsonaro nomeou céticos do clima como ministros e viu o desmatamento na floresta amazônica brasileira atingir seu nível mais alto em 15 anos.

Lula reduziu o desmatamento a quase seus níveis mais baixos em sua primeira presidência, de 2003 a 2010.

Para seu novo governo, ele prometeu um plano abrangente para restaurar a aplicação da lei ambiental que foi corroída sob Bolsonaro e criar empregos verdes.

Na terça-feira, Lula se reuniu com o enviado climático dos Estados Unidos, John Kerry, e com o principal negociador climático da China, Xie Zhenhua. Esperava-se que ele se encontrasse com o coordenador de política climática da UE, Frans Timmermans, na quarta-feira.

Na quinta-feira, Lula se reunirá com a sociedade civil e grupos indígenas, além do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. Na sexta-feira, ele embarca para Portugal para se reunir com as autoridades do governo de lá.

Reportagem de Jake Spring. Reportagem adicional de William James e Dominic Evans; Edição por Katie Daigle, Janet Lawrence e Lisa Shumaker

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