Conversa ousada, marcha lenta enquanto a brasileira Lola se prepara para salvar a Amazônia

Agora, os ambientalistas dizem que é hora de ele dar um passeio – e da comunidade internacional colocar seu dinheiro onde está, aumentando o financiamento para proteger a Amazônia, um recurso vital na corrida para conter o aquecimento global.

Lula, que comemora seu 100º mandato na segunda-feira, rompeu radicalmente com as políticas ambientais de seu antecessor de extrema-direita, Jair Bolsonaro, prometendo lutar pelo desmatamento na Amazônia após a onda de devastação nos últimos quatro anos.

O esquerdista de 77 anos começou a trabalhar no primeiro dia, assinando uma série de portarias para desfazer o legado ambiental de Bolsonaro, criar uma força-tarefa interministerial para combater o desmatamento e reviver o suspenso Fundo Amazônia, uma iniciativa financiada internacionalmente para proteger a floresta tropical.

Mas os ambientalistas dizem que ainda esperam o próximo passo dele e da respeitada ministra do Meio Ambiente, Marina Silva: ações concretas para impedir a destruição da Amazônia por grileiros, fazendeiros e garimpos ilegais.

“Finalmente voltamos a um governo ‘normal’ sem aspas”, disse Cristian Mazzetti, do Greenpeace Brasil.

“Agora estamos apenas esperando que entre na fase de implementação”, disse à AFP.

“Precisamos ver os resultados.”

Mostre-me o dinheiro

Embora tenha sido bem recebido no cenário mundial, Lula lutou para convencer os países ricos a financiar a luta pela proteção da floresta amazônica.

Ele saiu de uma visita de destaque à Casa Branca com Joe Biden em fevereiro com uma vaga promessa da “intenção” dos EUA de apoiar o fundo da Amazônia – mas sem especificar uma data ou valor.

Em janeiro, a Alemanha prometeu 200 milhões de euros (US$ 219 milhões) para a floresta tropical, incluindo 35 milhões de euros para o Fundo Amazônia, lançado em 2008 com um compromisso de US$ 1 bilhão da Noruega.

Mas os esforços do Brasil para conseguir a contribuição da União Européia, Grã-Bretanha, França e Espanha ainda não se concretizaram.

Ambientalistas dizem que o governo sem dinheiro de Lula está em apuros: ele precisa de mais dinheiro para reduzir o desmatamento, mas precisa reduzir o desmatamento para atrair mais dinheiro.

“Há muitas frentes em que o governo não pode fazer nada porque não tem recursos”, disse Rodrigo Castro, do grupo ambientalista Solidaridad.

Uma notável exceção: uma operação policial-militar massiva que começou em fevereiro para recuperar o controle da maior reserva indígena do Brasil, o território Yanomami, dos milhares de garimpeiros ilegais que o invadiram, causando uma crise humanitária.

Nao ha tempo a perder

Ambientalistas dizem que anos de impunidade pela destruição da floresta significam que as raízes do problema são profundas demais para serem resolvidas imediatamente.

Isso ficou evidente quando o segundo mês de mandato de Lula estabeleceu um novo recorde de desmatamento na Amazônia brasileira em fevereiro.

Ativistas dizem que o governo Lula precisa de uma luta total em várias frentes: um aumento em larga escala nas operações de “comando e controle”; eliminar grupos do crime organizado que lucram com a destruição da floresta; investir pesadamente na “economia verde”; Ele cumpre sua promessa de retomar a criação de novas reservas aborígines.

Eles o descrevem como um governo bem-intencionado, mas está sobrecarregado com a escala do caos que enfrenta.

“A principal tarefa do governo até agora foi simplesmente desarmar as armadilhas deixadas pelo governo Bolsonaro”, disse Raul de Valle, do World Wildlife Fund no Brasil.

Mas a questão é urgente, pois uma lista de estudos recentes mostra que a capacidade da Amazônia de absorver as emissões de carbono dos seres humanos está diminuindo.

“Não há tempo a perder”, disse Mazzetti.

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