Comunidade judaica considera investigação de Abramovich ‘positiva’

O rabino-chefe da comunidade judaica do Porto afirmou que as investigações são “positivas” quanto à atribuição da cidadania portuguesa ao magnata russo Roman Abramovich.

Daniel Litvak disse, em comunicado, que as investigações iniciadas pelo Departamento de Investigação e Processo Penal (DIAP) de Lisboa e pelo Instituto de Registos e Notariado (IRN), relativamente à atribuição da cidadania portuguesa a Roman Abramovich parecem-lhe “positivas “para acabar com as teorias infundadas. Sobre enganos maçônicos e vagos mitos comerciais envolvendo sacos de dinheiro.”

O líder da comunidade judaica no Porto disse que “será confirmado que este é um processo de cidadania que cumpre os requisitos legais e duas prestações de 250 euros: a taxa de inscrição e a taxa cobrada pela comunidade certificadora”.

Daniel Litvak salientou ainda que a documentação completa do processo de certificação para a atribuição da nacionalidade portuguesa a Roman Abramovich “está na posse da Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa há muito tempo, com base em testemunhos das mais altas instituições judaicas internacionais”.

O Ministério Público (PGR) confirmou que o Ministério Público está a investigar a concessão da cidadania portuguesa ao empresário russo Roman Abramovich ao abrigo da Lei da Nacionalidade dos Judeus Sefarditas.

“Ficou confirmado que foi aberto um inquérito sobre o referido assunto. O mesmo se aplica ao DIAP Regional de Lisboa”, disse fonte oficial da PGR.

A concessão da cidadania portuguesa ao bilionário russo, proprietário do clube de futebol inglês Chelsea, resultou de um processo conduzido pela comunidade judaica do Porto ao abrigo da lei de cidadania dos judeus sefarditas, que foram expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição medieval.

Para obter a cidadania, o requerente deve provar que pertence à comunidade sefardita, independentemente do seu país de residência atual. No entanto, a decisão final e a certificação legal dos documentos cabe aos serviços de registo e ao governo.

Paralelamente, o Instituto dos Registos e Notariado (IRN) anunciou também na semana passada a abertura de um inquérito sobre o assunto, com a avaliação da responsável deste órgão, Philomena Rosa, de que “deverá ser concluído em fevereiro”, quando, sendo investigado, a investigação pode ou não levar a uma ação disciplinar.

A informação sobre a naturalização do bilionário russo no final de 2021 foi revelada pelo jornal Público, que acrescentou que o processo demorou apenas seis meses. Segundo o jornal, ao abrigo da lei de cidadania dos judeus sefarditas, Roman Abramovich é português desde 30 de abril.

A concessão da cidadania portuguesa a Abramovich provocou críticas do líder da oposição russa Alexei Navalny, que escreveu no Twitter que o bilionário russo, considerado próximo do presidente russo Vladimir Putin, “finalmente conseguiu encontrar um país onde possa pagar alguns subornos e ganhar alguns pagamentos de suborno.” Semi-oficial e, finalmente, oficial na União Europeia (UE) e na OTAN.”

A crítica de Navalny foi refutada pelo governo português, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, que, sem se referir diretamente às críticas do adversário russo, afirmou que a concessão da cidadania portuguesa a Abramovich estava de acordo com a lei de 2014.

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