Comediantes brasileiros veem o momento perfeito ‘para fazer as pessoas rirem’

emitido em: a média:

Rio de Janeiro (AFP) – Há um duelo eleitoral divisivo que mantém os brasileiros no limite e às vezes deprimidos, mas para o comediante Fabio Borchat, este é o momento perfeito para fazer a piada.

“É o melhor momento para fazer as pessoas rirem”, disse o homem de 39 anos, cuja rotina de proteção foi um sucesso no Rio de Janeiro nas últimas semanas, enquanto o país aguarda ansiosamente o segundo turno de domingo entre o presidente Jair Bolsonaro e o rival Luis Inácio . Lula da Silva.

“Os nervos estão à flor da pele, as pessoas estão fartas das eleições. Há brigas dentro das famílias… piadas, e é isso.”

Seu espetáculo “Porsche Stories” é exibido quatro vezes por semana em um teatro do Leblon, bairro nobre do Rio de Janeiro, e não fala de política.

Ele prefere as piadas autodepreciativas que são reveladas através de anedotas histéricas de suas viagens ao exterior, como quando ele sofreu uma sabotagem no Nepal.

“Falo muito de política na TV e nas redes sociais. Mas decidi não falar sobre isso no teatro porque disse a mim mesma que as pessoas precisam rir de outras coisas”, disse o humorista que atuou na TV Globo. .

No Instagram, onde tem mais de seis milhões de seguidores, Porsche foi ao vivo em várias ocasiões para falar com eleitores indecisos, “sem julgá-los”.

Ele é aberto sobre seu apoio ao ex-presidente de esquerda Lula – e se tornou viral no Twitter na sexta-feira com um pedido ao maior herói de Hollywood, os Vingadores, por ajuda no duelo presidencial.

Estrelas como Samuel L. Jackson, Chris Hemsworth e Robert Downey Jr. – que respectivamente interpretaram Nick Fury, Thor e Homem de Ferro na mega franquia – responderam ao chamado com tweets inclinando-se para Lola.

problema de saúde mental

Yuri Marçal, outro famoso comediante brasileiro, vê as pessoas rirem durante esse período sombrio e estressante como um “problema de saúde mental”.

“Nunca é fácil fazer as pessoas rirem, especialmente em um momento como este, com uma eleição tão polarizadora. Estamos de mau humor. Mas, na realidade, as pessoas precisam rir mais do que nunca.”

O comediante de 29 anos, que é negro, surpreendeu seus fãs na terça-feira com um novo vídeo no YouTube intitulado “Não voto em ladrão”.

Para o brasileiro, a frase é uma referência imediata ao insulto que Bolsonaro e seus apoiadores adoram dirigir contra Lula, devido a condenações de corrupção derrubadas pelo Supremo.

Mas ao clicar no vídeo, você percebe que Markal está falando da prima do bolsonarista, a “Ovelha Branca da Família”, que está tentando convencê-lo a votar em Lula.

“É nosso papel, não importa em que época estamos, fazer as pessoas rirem levando assuntos sérios a sério”, disse ele.

“Ele me fez rir por anos falando sobre política, mas também sobre racismo”, disse ele.

Ameaças online

Borchat lembra que os humoristas brasileiros “viveram pior”, referindo-se à ditadura militar de 1964-1985.

“Naquela época, você tinha que representar quatro ou cinco sargentos antes de sair em público. Uma palavra errada e você estaria na cadeia.”

No entanto, a comédia não é isenta de perigos no Brasil.

No final de 2019, a sede da produtora de 2012 de Porchat, Porta dos Fundos, foi atingida por um coquetel molotov após lançar um programa na Netflix retratando Jesus em um relacionamento gay.

No entanto, diz Borchat, as ameaças geralmente vêm de pessoas que se escondem “atrás de suas telas online. Mas são uma minoria”.

Markal também recebeu ameaças nas redes sociais, onde tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram.

“Recentemente, zombei de Bolsonaro, e um deles disse: ‘Cuidado, eu sei onde você está se apresentando’.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *