Chanceleres do Brasil, queda dos ministros da Defesa

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Brasília (AFP)

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro abalou os escalões superiores de seu governo na segunda-feira com a saída dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa, enquanto o líder de extrema direita enfrentava pressão crescente de uma onda mortal de Covid-19.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, anunciou sua saída repentina em um breve comunicado, horas depois que uma fonte do governo disse à AFP que o chanceler Ernesto Araujo havia apresentado sua renúncia em meio à polêmica sobre os problemas do governo em garantir mais vacinas Covid-19.

Azevedo e Silva, um general da reserva do Exército de 67 anos, e Orujo, um diplomata profissional de 53 anos, ocupam seus cargos desde que Bolsonaro assumiu o cargo, em janeiro de 2019.

A saída de Azevedo e Silva, ao contrário de Araujo, foi inesperada, e houve muita especulação sobre o porquê.

O que está claro é que Bolsonaro está em um estado de expurgo, em meio a um crescente descontentamento – incluindo de aliados de negócios importantes – sobre como lidar com uma pandemia que já matou mais de 312.000 pessoas no Brasil, o segundo maior número de mortos. Em todo o mundo, depois dos Estados Unidos.

Na semana passada, ele nomeou seu quarto ministro da saúde devido à pandemia, e os chefes da estatal Petrobras, da estatal de eletricidade Eletrobras, do banco estatal Banco do Brasil e do Instituto Nacional de Estatística IBGE recuaram do começar. Do ano.

“O governo está muito frágil, como evidenciado pela instabilidade da cúpula”, disse o professor Maurício Santoro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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“É seguro dizer que existe uma crise na administração que vai além de um ou dois ministérios”.

– Linha de vacinas –

As últimas mudanças ocorreram uma semana depois que Bolsonaro substituiu o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuelo, general do exército, pelo cardiologista Marcelo Quiroga.

O presidente, que há muito tempo desafia os conselhos de especialistas sobre a pandemia, parece agora descobrir que seus ataques a bloqueios, máscaras faciais e especialmente vacinas podem ser um fardo enquanto ele se prepara para disputar a reeleição em outubro de 2022.

O Brasil está lutando para lidar com o grande número de casos graves de Covid-19 e mortes que levaram seus hospitais ao ponto de ruptura, em um momento em que as vacinas estão finalmente ajudando alguns outros países a controlar a epidemia.

A falta de vacinas tem impedido o governo de cumprir a meta do Ministério da Saúde de vacinar integralmente a população adulta até o final do ano.

Araújo tem sido criticado pela luta do governo para garantir mais vacinas.

Membro-chave da chamada “ala ideológica” do governo, ele admirava o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e compartilhava com seus partidários linha-dura sua repulsa pela “globalização”.

Ele levantou as sobrancelhas em seus ataques à “ideologia da mudança climática”, “ideologia de gênero” e “Covid Ism” desde o ano passado.

Em outubro passado, ele disse: “A globalização está pegando uma doença causada pelo vírus, Covid, e tentando transformá-la em um enorme dispositivo de direção para re-coordenar e controlar as relações sociais e econômicas de todo o planeta.”

Sua diplomacia vacinal, ou a falta dela, está sendo criticada.

O governo enfrenta dúvidas sobre a rejeição de uma oferta em agosto passado para comprar 70 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech – que Bolsonaro brincou que poderia “transformá-lo em um crocodilo” – e suas relações tensas com o maior parceiro comercial do Brasil, a China.

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O CoronaVac desenvolvido pela China é atualmente a vacina Covid-19 mais administrada no Brasil, mas apenas porque o governo do estado de São Paulo desafiou a resistência do governo Bolsonaro em obtê-la.

Araújo, que assumiu o cargo de ministro das Relações Exteriores prometendo “resistir ao maoísmo chinês” e seu plano de “dominação mundial”, gerou disputas repetidas com Pequim.

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