CEO da Americanas Brasil, Rial, CFO Covre renuncia em meio a “conflito” contábil de US$ 3,8 bilhões

SÃO PAULO, 11 Jan (Reuters) – A varejista brasileira Americanas SA (AMER3.SA) Na quarta-feira, disse que seu presidente-executivo e diretor financeiro havia renunciado depois de descobrir cerca de 20 bilhões de riais (US$ 3,88 bilhões) em “discrepâncias” contábeis.

O CEO da Lojas Americanas, Sergio Real, deixou a empresa após menos de duas semanas no cargo, após seis anos à frente do banco Santander Brasil. O Real substituiu Miguel Gutierrez, que era CEO e Head de Relações com Investidores.

O CFO Andre Coffer acabara de ingressar na Lojas Americanas, que era administrada há muito tempo pelos bilionários brasileiros Jorge Paulo Lehmann, Marcel Telles e Carlos Alberto Secubira, fundadores da 3G Capital.

Fabricio Gonçalves, CEO da Box Asset Management, disse que o valor das “discrepâncias contábeis” é maior que o patrimônio líquido da empresa, de 15 bilhões de riais.

“É uma péssima notícia para o varejo, ainda mais considerando que aconteceu com uma empresa do porte da Americana”, disse Gonçalves. “Como poderiam ter escapado 3,9 bilhões de dólares de auditores?”

A empresa disse que, apesar de sua renúncia, Al-Riyal continuará assessorando a 3G Capital. Atualmente é Presidente do Conselho de Administração da distribuidora de combustíveis Vibra Energia (VBBR3.SA)Membro do Conselho de Administração da BRF SA (BRFS3.SA) E na Delta Airlines (DAL.N).

No final de 2021, os fundadores da empresa de private equity 3G Capital, que controla gigantes como a fabricante de bebidas Anheuser Busch Inbev (ABI.BR) e Kraft Heinz Corporation (KHCO) reduziram a sua participação na retalhista no âmbito da reestruturação, mas continuaram a ser um “acionista de referência”.

As discrepâncias encontraram “uma diminuição no saldo da conta dos fornecedores em relação aos anos fiscais anteriores” e foram estimadas em 20 bilhões de riais (US$ 3,88 bilhões), ou quase o dobro do valor de mercado de Americana de 10,7 bilhões de riais, segundo dados da Refinitiv.

A empresa também estimou que o impacto monetário das discrepâncias não é material. Entretanto, não é possível avaliar todos os seus efeitos no resultado e balanço da Americana.

Os varejistas brasileiros estão sob pressão do aumento dos custos de empréstimos. As ações da Americana fecharam 2022 em queda de 68,7%, mas desde então saltaram cerca de 24%.

Entre as discrepâncias, a Americana citou financiamentos de fornecedores nos quais a empresa deve a instituições financeiras e não está “adequadamente refletido na conta dos fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro de 2022”.

João Guerra, CEO de longa data da varejista que não estava envolvido anteriormente com contabilidade ou gestão financeira, assumirá o cargo de CEO interinamente.

Problemas contábeis inviabilizarão o recém-anunciado plano de realocação da empresa para o mercado norte-americano, arquivado no final do ano passado.

(US$ 1 = 5,1600 riais)

Reportagem adicional de Peter Frontini em São Paulo e Carolina Polis na Cidade do México; Edição de Christian Plumb

Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *