SÃO PAULO (Reuters) – O banco brasileiro BTG Pactual obteve uma decisão judicial nesta quarta-feira para cancelar parte da proteção da Americanas contra credores, de acordo com documentos judiciais vistos pela Reuters, em uma medida que o varejista diz “prejudicar sua viabilidade”.
A decisão do desembargador Flavio Horta Fernandes anulou uma ordem anterior para que o BTG Pactual devolva o dinheiro que recebeu das contas da empresa no banco para pagar uma linha de crédito.
O BTG confirmou a decisão em um registro de valores mobiliários, mas não deu detalhes.
“A ação unilateral de seus credores é prejudicial à sua viabilidade”, disse a Americanas à Reuters em comunicado, acrescentando que ainda busca uma solução de curto prazo para seus credores.
Na semana passada, a Americanas divulgou quase US$ 4 bilhões em “discrepâncias contábeis”. Seu CEO e Diretor Financeiro renunciou. As ações da varejista caíram mais de 80% neste mês.
Mais tarde na quarta-feira, o credor brasileiro Bradesco disse que pediu a um tribunal do Rio de Janeiro que permitisse que Americana retirasse dinheiro do banco apenas com aprovação prévia.
O jornal local O Estado de S. Paulo noticiou anteriormente que a petição do Bradesco afirmava que a Americanas “pode entrar com pedido de recuperação judicial” e, portanto, o pedido do banco era necessário.
A Americanas confirmou que o Bradesco reteve mais de R$ 450 milhões (US$ 86,77 milhões) do caixa da empresa, “desrespeitando a liminar” que a varejista obteve para protegê-la dos credores.
(US$ 1 = 5,1863 riais)
(Reportagem de Tatiana Pautzer; Reportagem adicional de Carolina Police; Edição de Chris Reese e Himani Sarkar)