Brasil volta a integrar a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos: Delegação dos Povos

Sexta Cimeira de Chefes de Estado da Comunidade. Foto: CELAC

O governo do progressista presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na quinta-feira, 5 de janeiro, que decidiu retornar ao bloco de integração regional, a Comunidade de Nações Latino-Americanas e Caribenhas (CELAC). Esse desenvolvimento ocorreu quatro dias após a posse do líder do Partido dos Trabalhadores Brasileiros.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, através do prof. declaraçãoafirmou que o governo “informou aos Estados membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, por meio dos canais diplomáticos apropriados, a reincorporação do Brasil, de forma completa e imediata, de todos os exemplos do mecanismo, tanto de caráter político e de natureza técnica”.

Os parceiros extra-regionais com quem o grupo mantém diálogo regular, incluindo a União Europeia, China, Índia, a Associação das Nações do Sudeste Asiático e a União Africana, também foram informados dos desenvolvimentos.

O Departamento de Estado classificou o retorno do Brasil à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos como “um passo indispensável para a reformulação de nosso patrimônio diplomático e a plena reintegração do país à comunidade internacional”.

Por sua vez, o governo do presidente argentino Alberto Fernandez, que atualmente ocupa a presidência interina do Grupo de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, parabenizou o Brasil por sua reintegração ao mecanismo regional.

Ela acrescentou: “Esta medida representa um fato fundamental para fortalecer um dos mecanismos de diálogo mais representativos da região”.

A nota do Itamaraty informa ainda que o presidente Lula irá a Buenos Aires no dia 24 de janeiro para participar da 7ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos a convite do presidente Cristina Fernandez.

O que é Silak?

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos é um mecanismo intergovernamental de diálogo, consulta, concertação política e cooperação regional. É formado por 33 países da América Latina e Caribe.

Foi fundada pelo Líder Hugo Chávez, em dezembro de 2011, em Caracas, Venezuela, com o objetivo de promover a unidade e a paz regional, a cooperação política e o desenvolvimento socioeconômico de todos os países membros, respeitando os interesses políticos, econômicos, sociais e culturais aspectos. E as diferenças ideológicas de cada país.

Serve como um contrapeso aos “mecanismos de integração” dominados pelos Estados Unidos e Canadá, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a fracassada Área de Livre Comércio das Américas, que favorecem os interesses norte-americanos sobre os países latino-americanos e caribenhos.

Lula desempenhou um papel importante na criação do órgão regional. Em 2008, o Brasil sediou a primeira Cúpula das Nações Latino-Americanas e Caribenhas (CALC), na Costa do Sauípe, Bahia, evento que ajudou a criar a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos alguns anos depois.

Na segunda semana de janeiro de 2020, o ex-presidente brasileiro de extrema direita Jair Bolsonaro suspendeu a participação de seu país na organização, alegando que ela falhou em proteger a democracia nos estados membros, ao apoiar “regimes antidemocráticos” em Cuba, Nicarágua e Venezuela.

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