O governo brasileiro, que está sendo criticado por suas políticas ambientais, disse na segunda-feira que reduziria pela metade as emissões de gases de efeito estufa em relação ao nível de 2005 até 2030 – ante uma promessa anterior de 43 por cento.
Também se comprometeu a erradicar o desmatamento ilegal até 2028, dois anos antes da promessa anterior, apesar das perdas recordes de árvores nos últimos anos.
“Estamos apresentando uma nova meta climática mais ambiciosa”, anunciou o ministro do Meio Ambiente, Joachim Light, em carta enviada de Brasília a Glasgow, que sedia a cúpula do clima COP26, que busca intensificar a ação global.
Light disse que o Brasil terá como objetivo atingir a neutralidade de carbono até 2050, acrescentando que as promessas serão formalizadas na COP26, da qual ele participará na próxima semana.
Em gravação também tocada em Glasgow, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil era “parte da solução para superar esse desafio global” das mudanças climáticas.
“Os resultados que nosso país alcançou até 2020 mostraram que podemos ser mais ambiciosos”, afirmou.
O governo de Bolsonaro foi criticado por cortar funcionários e financiar agências de proteção ambiental, e fez uma série de anúncios nas últimas semanas em um esforço para aumentar sua imagem no topo.
O enviado climático dos EUA, John Kerry, deu as boas-vindas ao anúncio de segunda-feira, dizendo no Twitter: “Isso adiciona um impulso crítico ao movimento global para combater a # crise climática. Estamos ansiosos para trabalhar juntos!”
Na sexta-feira passada, o gigante sul-americano, que detém 60 por cento da floresta amazônica, disse que assinaria o chamado “acordo florestal” para reduzir o desmatamento e a degradação da terra.
De acordo com um relatório do Observatório do Clima, um grupo de organizações não governamentais, as emissões de dióxido de carbono no Brasil aumentaram 9,5% em 2020, mesmo com a produção global caindo 7% devido à epidemia de coronavírus que interrompeu o transporte e a produção.
Este é o maior nível para o Brasil desde 2006, disse o observatório, e se deve ao aumento do desmatamento, especialmente na região amazônica.
Desde que o Bolsonaro assumiu o cargo em janeiro de 2019, a Amazônia brasileira perdeu cerca de 10.000 quilômetros quadrados (3.861 milhas quadradas) de cobertura arbórea a cada ano, ante cerca de 6.500 quilômetros quadrados anuais na década anterior.
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