Brasil pode ultrapassar os Estados Unidos como maior exportador de milho do mundo

Nesta região do centro-oeste brasileiro, os campos se estendem a perder de vista e o cronograma é bem traçado: o agricultor planta duas safras, soja e milho, em “quase 100 por cento” de seus mais de 1.550 hectares (3.800 hectares). acre). O milho será colhido em junho.

O milho é a segunda safra, ou “safrinha”, que os brasileiros chamam de “safrinha”. Na última década, a segunda safra se tornou a principal cultura de milho no Brasil e conquistou uma parcela crescente da produção mundial de milho.

A produção projetada para este ano deve atingir um recorde, tornando o Brasil o maior exportador mundial de milho, à frente dos Estados Unidos, posição que alcançou apenas uma vez antes, em 2013.

A produção deverá chegar a 124,9 milhões de toneladas (um aumento de 10,4% em relação ao ano passado), dos quais 76,3% são da segunda safra, segundo o último relatório da Companhia Nacional de Catering (Konab), divulgado esta semana.

Isso apesar do “atraso na colheita da soja” devido ao “excesso de chuva” no Mato Grosso, principal produtor de soja e milho do país, onde o inverno ameno e a distribuição das chuvas permitem uma segunda safra anual.

Compatível com não OGM

A alta no preço do grão, motivada pela abertura de fábricas de milho para produção de etanol a partir de 2017, tem incentivado os produtores a investirem mais na safrinha, diz Redivo, que falou por telefone à AFP.

“O milho como segunda safra está ficando mais atrativo, por isso temos mais fertilizantes, sementes melhoradas geneticamente e maquinário agrícola que permite um cultivo mais rápido e preciso”, enfatiza.

“Conseguimos aumentar a área ‘destinada ao cultivo de milho’”, melhorar nossa produtividade e assim aumentar significativamente nossa produção. “

Quase todos os campos de milho brasileiros são hoje ocupados por variedades transgênicas.

Com essa expectativa de produção, “o país deve aumentar seu excedente exportável”, o que lhe permitirá vender mais para o exterior, observa João Pedro López, da empresa de análise de mercado de commodities StoneX.

Acontecimentos geopolíticos e climáticos levaram a uma alta demanda pelo milho brasileiro, principalmente com problemas de produtividade em tradicionais plantas de milho nos Estados Unidos, Argentina e – devido à guerra – na Ucrânia, outro país produtor de grãos.

Lopez diz que a demanda também aumentou com a abertura do mercado chinês após a assinatura de um acordo entre Brasília e Pequim no início de 2022.

desafios adiante

Segundo o USDA, o Brasil poderá exportar 52 milhões de toneladas de milho neste ano, ante 31,9 milhões de toneladas em 2022, ficando atrás dos Estados Unidos, cujas exportações devem chegar a 49 milhões de toneladas.

“O Brasil está despontando como concorrente dos Estados Unidos e tem potencial para aumentar ainda mais a produção. Ainda há muita terra disponível para essa cultura “em lavouras já abertas”, e nossa produtividade ainda pode avançar”, afirma Enori Barbieri, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramillo).

Mas, para melhorar seu desempenho, o Brasil precisa “aumentar com sucesso os investimentos em equipamentos agrícolas”, “acelerar a semeadura e a colheita” e “continuar melhorando a infraestrutura logística para escoamento da produção”, alerta o pesquisador Lucilio Alves. no Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo.

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