Brasil, Guiana e Suriname dão os primeiros passos para uma aliança energética

20 Jan (Reuters) – Nesta semana, os chefes de Estado do Brasil, Guiana e Suriname estão dando os primeiros passos para a construção de infraestrutura que compartilhará melhor energia e recursos naturais com países vizinhos da América do Sul.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro é esperado no Suriname na quinta-feira e na sexta-feira viajará com o presidente do Suriname para a Guiana, onde os três presidentes planejam discutir projetos, incluindo novas estradas, pontes e projetos de energia que podem remodelar a economia da região.

A visita é a primeira viagem oficial de Bolsonaro à Guiana e Suriname e um reconhecimento da riqueza de petróleo e gás compartilhada pelos três países.

Registre-se agora para obter acesso ilimitado e gratuito ao Reuters.com

Entre os tópicos para discussão: uma rota de 1.500 quilômetros (930 milhas) do estado de Roraima, no norte do Brasil, a um potencial porto de águas profundas na Guiana; Uma ponte de 1,2 km de comprimento sobre um rio separa a Guiana do Suriname.

As ligações de transmissão elétrica e as comunicações de fibra óptica também foram consideradas como parte do corredor de energia interestadual.

A interconexão proposta incluirá aproximadamente US$ 800 milhões em projetos. Os primeiros cortes deveriam começar em 2020 e foram adiados em parte devido à pandemia de coronavírus. Os projetos deverão ser financiados com investimento privado por meio de concessões governamentais, segundo a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria.

O porto da Guiana, de US$ 200 milhões, para o qual está procurando investidores, pode surgir como um grande projeto para unir os três países. Poderá atender a importação e exportação de equipamentos pesados ​​para a indústria petrolífera e de grãos e navios porta-contêineres.

“O porto de águas profundas é uma parte fundamental da nossa agenda de transformação e queremos que o Brasil faça parte dela”, disse o ministro das Relações Exteriores da Guiana, Robert Persaud, à Reuters na quarta-feira. “A Guiana oferece o acesso mais curto e rápido ao Oceano Atlântico para partes importantes do norte do Brasil.”

O corredor de energia também pode incluir uma ambiciosa interconexão elétrica de 3.000 megawatts entre Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil. O projeto, batizado de Arco Norte e elaborado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, está na agenda dos chefes de Estado.

A Guiana foi palco das maiores descobertas offshore do mundo em anos, com 10 bilhões de barris de petróleo e gás recuperáveis ​​confirmados desde que iniciou a produção em 2019 por meio de um consórcio liderado pela Exxon Mobil Corp (XOM.N).

O Suriname também poderá em breve abrir seu primeiro petróleo de uma bacia offshore conjunta com a Guiana e o Brasil, enquanto a Petrobras (PETR4.SA) se prepara para perfurar o primeiro dos 14 poços planejados este ano, parte de um orçamento de exploração de US$ 2 bilhões na Margem Tropical. Até 2026.

Registre-se agora para obter acesso ilimitado e gratuito ao Reuters.com

(Reportagem adicional de Neil Marks em Londres e Ank Kuipers em Paramaribo e Sabrina Valley em Houston; Escrito por Mariana Baraga; Edição por Margarita Choi

Nossos critérios: Princípios de Confiança da Thomson Reuters.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *