TO tempo provou ser estranho. Jair Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira, chegou a Moscou na terça-feira para uma visita ao presidente russo, Vladimir Putin, desafiando o governo Biden e críticos internos que queriam que ele cancelasse a viagem em meio a temores de que a Rússia estivesse planejando uma invasão de Ucrânia.
O governo brasileiro aceitou o convite da Rússia para o encontro, destinado a Fortalecimento da cooperação bilateral Entre os dois países, em dezembro, ele marcou um encontro na Hungria entre Bolsonaro e o colega populista de direita Viktor Orbán. É justo dizer que a equipe de Bolsonaro não esperava que a Rússia enviasse mais de 100.000 soldados para isolar as fronteiras da Ucrânia nas semanas seguintes.
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Bolsonaro diz que o encontro com Putin, marcado para quarta-feira, é sobre comércio: o Brasil quer aumentar as importações de fertilizantes russos para sustentar seu enorme setor agrícola, que enfrenta Aumento do preço dos fertilizantes devido à escassez global. “Sabemos que a região está passando por um momento difícil, [but] “Temos negócios para discutir com eles”, disse o presidente brasileiro na segunda-feira.
Mas um porta-voz do Kremlin deu a entender que a geopolítica estaria na mesa. “Seria uma boa ocasião para trocar opiniões sobre questões atuais na ordem mundial de hoje”, Ele disse Segunda-feira.
Putin e Bolsonaro têm relações calorosas há muito tempo. Na cúpula dos países do BRICS de 2020, Putin elogiou Bolsonaro por sua liderança epidemiológica – que incluiu a violação das regras de distanciamento social e a rejeição de ofertas de fabricantes de vacinas. “O ilustre senhor expressou as melhores qualidades”, disse o presidente russo Ela disse Em um vídeo que Bolsonaro compartilhou no Twitter, “Manhood and Determination”.
Nos últimos meses, Putin intensificou seus contatos diplomáticos com líderes latino-americanos. Ele fez uma série de telefonemas para líderes não apenas em países como Venezuela E Cubaque mantinha vínculos com a Rússia desde os tempos soviéticos, mas também aqueles, como Brasil e Argentina, que geralmente mantinham laços mais estreitos com Washington e Europa.
Políticos e meios de comunicação brasileiros alertaram que avançar com a viagem da Rússia colocaria em risco essas relações ocidentais. “Participação brasileira [president] No meio de uma crise, sem visitar Kiev, tende a ser lido como apoio tácito às demandas russas para impedir que a Ucrânia se junte à OTAN”, disse. Livros de colunistas para Folha de São Paulo, O maior jornal diário do país, descreveu a visita como “a viagem mais perigosa para a presidência de Bolsonaro”.
Desprezo deliberado
mídia brasileira mencionado No final de janeiro, representantes da Casa Branca pediram aos seus homólogos do governo Bolsonaro que cancelassem ou adiassem a viagem. O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, expressou preocupação com a mensagem que poderia enviar a Putin e ao resto do mundo sobre a lealdade do Brasil em uma ligação com o ministro das Relações Exteriores do Brasil no final de janeiro, segundo relatos.
Mas essa pressão diplomática contra a viagem pode ter saído pela culatra, diz Thomas Truman, consultor político e colunista de uma revista brasileira. vega. Bolsonaro tem uma obsessão bem documentada em proteger a soberania nacional do Brasil, o que é visto em desentendimentos com líderes europeus sobre suas tentativas de deter o desmatamento na floresta amazônica. “O fato de os americanos estarem tão bravos com ele é o que fez Bolsonaro querer fazer isso, para mostrar que ele é independente de Biden e ninguém está dizendo a ele o que fazer”, diz Truman.
Truman diz que é improvável, no entanto, que a viagem de Bolsonaro leve a movimentos mais visíveis de apoio a Putin, como votar com a Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas, do qual o Brasil é membro não permanente. Em 31 de janeiro, o Brasil votou a favor de uma proposta dos EUA para discutir a situação na Ucrânia, à qual a Rússia se opôs.
Falando a seus apoiadores do lado de fora de sua residência oficial na segunda-feira, Bolsonaro disse esperar uma solução pacífica para a crise na Ucrânia, mas indicou que não está em sua alçada. “O mundo inteiro tem seus problemas. Se você começar a querer resolver os problemas dos outros…”, disse ele. Queremos paz, mas temos que entender que todos são humanos. Vamos torcer para que funcione. Se dependesse de uma palavra minha, o mundo estaria em paz.”
Uma saída para o isolamento
Além de uma oportunidade de colocar o polegar para cima nos olhos do presidente Biden, analistas dizem que a viagem de Bolsonaro à Rússia garante que Bolsonaro tire uma foto rara com um grande líder mundial antes das eleições brasileiras em outubro. Desde que o presidente brasileiro isolou potências europeias como França e Alemanha no início de seu mandato por causa de sua política ambiental destrutiva na floresta amazônica, o presidente brasileiro ficou cada vez mais isolado no cenário mundial. Ele perdeu seu aliado mais próximo quando Donald Trump perdeu a eleição de 2020 nos EUA, arrebatando-a mais que um mês Para parabenizar Biden por sua vitória. Bolsonaro e seus filhos comentam sobre a origem do COVID-19, que ele sugeriu pode ser ‘guerra química’ gravatas mais frias com a China. E a onda de vitórias eleitorais de esquerda na América Latina no ano passado o colocou em conflito ideológico com a maioria de seus vizinhos.
O isolamento de Bolsonaro atingiu seu pico cenas desconfortáveis Na cúpula do G-20 do ano passado, em Roma, em novembro, ele se deparou com uma multidão de líderes sozinho, comeu sozinho e não apareceu para uma foto de despedida. Uma semana depois, seu principal adversário nas eleições de outubro, o ex-presidente de esquerda Luis Inácio Lula da Silva, recebeu Boas vindas calorosas Líderes europeus em turnê pela região. Membros da equipe de Bolsonaro começaram a pesquisar possíveis viagens ao exterior naquele mesmo mês, segundo Truman.
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