O líder da extrema direita foi hospitalizado na semana passada com uma obstrução intestinal após sofrer dias de soluços crônicos.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deixou um hospital em São Paulo, onde vem sendo tratado por uma obstrução intestinal desde a semana passada, dizendo que retornará ao seu escritório na segunda-feira e espera costelas grelhadas.
Na quarta-feira, o líder da extrema direita foi levado ao Hospital Villa Nova Star com dores abdominais e vários dias de soluços persistentes.
Ele disse que o problema estava relacionado a um esfaqueamento que sofreu em 2018 durante sua campanha eleitoral. Desde então, Bolsonaro foi submetido a seis operações, cinco das quais no sistema digestivo.
No sábado, o Villa Nova Star informou que o presidente está em dieta de sopa e purê e pode ter alta nos próximos dias.
“Retornarei à presidência amanhã”, disse Bolsonaro a repórteres ao deixar o hospital no domingo.
“Tive que fazer dieta, fiz o que tinha que ser feito … Queria partir desde o primeiro dia, mas eles não me deixaram. Espero que em 10 dias consiga comer costelas grelhadas e comer qualquer coisa.”
“Parecia que meu estômago estava pegando fogo. A causa era uma obstrução intestinal, comum em quem fez cirurgias como eu, após ser esfaqueado.”
Havia preocupações de que Bolsonaro, 66, pudesse precisar de cirurgia para remover a obstrução, embora isso tenha sido rapidamente descartado.
O hospital informou em comunicado que o Bolsonaro permanecerá sob observação de uma equipe médica assistente em regime de ambulatório.
Sua equipe médica também o aconselhou a fazer dieta, mas Bolsonaro disse que ele pode não obedecer.
“Vou tentar seguir isso”, disse ele, “mas não sou um modelo para ninguém quando se trata de dieta.”
A hospitalização de Bolsonaro ocorre enquanto ele enfrenta críticas generalizadas e pressão política sobre como lidar com a crise do coronavírus no Brasil, que matou pelo menos 541.000 pessoas no país sul-americano, de acordo com uma contagem da Universidade Johns Hopkins.
Bolsonaro, um cético do COVID-19, defendendo o vírus apenas como uma “pequena gripe”, defendendo sua política, dizendo que as paralisações relacionadas ao coronavírus prejudicariam a economia brasileira.
No mês passado, Bolsonaro também foi acusado de não responder a supostas irregularidades no Ministério da Saúde envolvendo a compra de uma vacina COVID-19 da Índia, e novas alegações surgiram de que Bolsonaro estava envolvido em um esquema para cortar salários de seus assessores. Quando era deputado federal.
Ele negou todas as acusações contra ele.
Mas o presidente pode enfrentar um sério desafio nas eleições presidenciais do próximo ano, nas quais se espera que o ex-presidente brasileiro de esquerda Luís Inácio Lula da Silva concorra contra ele – e pesquisas recentes mostraram que Lula poderia derrotar Bolsonaro.
A popularidade do ex-chefe do exército também diminuiu. Uma pesquisa Datafolha publicada este mês mostrou que 54% dos brasileiros disseram que apoiariam seu impeachment.