Bolsonaro alertou sobre a pressão interna para comprar a Covaxin da Bharat Biotech, disse uma autoridade brasileira

Um funcionário do Ministério da Saúde brasileiro revelou que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre as pressões internas que enfrentava para comprar uma vacina COVID-19 desenvolvida pela Bharat Biotech, de acordo com uma entrevista à imprensa na quarta-feira.

Uma comissão do Senado que investiga a forma como o governo está lidando com a pandemia na quarta-feira convocou formalmente o funcionário do Departamento de Logística, Luis Ricardo Miranda, para testemunhar. Miranda disse aos promotores que foi pressionado por Alex Leal Marinho, assessor de um dos aliados mais próximos de Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuelo, segundo documentos vistos pela Reuters.

Miranda disse ao Globo que comunicou suas preocupações, junto com os documentos, ao Bolsonaro no dia 20 de março, e o presidente disse que falaria com o delegado da Polícia Federal. O encontro foi mediado pelo deputado federal Luis Miranda, irmão de Miranda, que apoiou a conta em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira.

Os relatórios representam um problema para Bolsonaro, já que as perguntas provavelmente seguirão o que ele fez para investigar as alegações de Miranda. Isso também levanta questões embaraçosas para Pazuello, que enfrenta investigações criminais e civis sobre como lidou com a pandemia quando era ministro. O gabinete do presidente não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Os irmãos Miranda devem testemunhar perante os investigadores do Senado na sexta-feira. Marinho, ex-secretário assistente de saúde, também foi chamado para depor perante a investigação, que já expôs seus registros bancários, telefônicos e fiscais. O Ministério da Saúde não respondeu imediatamente a um pedido de encontro com Marineo.

Os promotores federais brasileiros abriram uma investigação sobre um contrato de R $ 1,6 bilhão (US $ 320 milhões) para 20 milhões de doses da vacina Bharat Biotech. Os promotores citaram preços relativamente altos, negociações rápidas e aprovações regulatórias pendentes como sinais de alerta para o contrato assinado em fevereiro.

Em nota, a Bharat Biotech disse que os preços das vacinas foram fixados entre US $ 15 e US $ 20 a dose para governos estrangeiros, faixa em que caiu o contrato com o Brasil. Apesar de ter assinado o acordo com o Brasil em fevereiro, Bharat disse que não despachou vacinas enquanto aguarda aprovações e um pedido oficial de compra.

O ministério disse em um comunicado na terça-feira que não havia feito nenhum pagamento a Bharat por sua vacina COVID-19 chamada Covaxin, e que o assunto estava sob revisão legal.

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