O banco estatal brasileiro Banco do Brasil se prepara pela primeira vez no mercado de títulos de sustentabilidade, em meio à crescente demanda de investidores globais por práticas ESG.
Com o apoio do Banco de Desenvolvimento Islâmico, o banco desenvolveu diretrizes para essas questões em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS).
A figura vincula o custo financeiro da transação ao desempenho dos indicadores ambientais, sociais e de governança corporativa pré-estabelecidos do mutuário, como definição de uma agenda livre de carbono, aumento da diversidade nos comitês e redução da exposição a empréstimos intensivos em carbono.
Anna Maria Rodriguez, Diretora de Sustentabilidade do Banco do Brasil, e o CFO Ronal Mascarello conversaram com o BNamericas sobre os planos.
BNamericas: Com o apoio do Banco Islâmico de Desenvolvimento, o Banco do Brasil se qualifica para o mercado de títulos de sustentabilidade. O que isso significa para o banco?
Rodrigues: O Banco do Brasil tem um compromisso de longo prazo com a sustentabilidade. O que está mudando agora é que contamos com um arcabouço bem estabelecido que nos permite entrar no mercado de títulos de sustentabilidade, tanto no mercado internacional quanto nacional. Agora estamos qualificados e certificados para essas questões, e isso é um grande avanço.
O modelo a ser adotado apresenta algumas diferenças que ainda não apareceram em outras emissões deste tipo de título.
O principal destaque é a inclusão de operações agrícolas de baixo carbono. Outros elementos mais populares neste mercado também estão incluídos, como aspectos sociais, acessibilidade, saúde, apoio ao micro e pequeno negócio, micro-crédito, micro-agricultura e energias renováveis.
Mascarello: Nosso objetivo também era estabelecer padrões e padrões para estruturar nossos laços. Do lado do investidor, isso é importante porque garante que os investidores saibam exatamente o que e onde investir.
EUA: Quando o Banco do Brasil deve fazer sua primeira emissão de bônus de sustentabilidade? Isso poderia reduzir o custo de financiamento do banco no médio prazo?
Mascarello: Não há prazo fixo para o problema. É difícil dizer porque você precisa de uma combinação de nossas necessidades de financiamento com um mercado de capitais positivo.
Como ainda não realizamos nenhuma dessas operações, é difícil fazer uma estimativa do impacto que isso terá em nossos custos de financiamento.
EUA: Quando se trata de sustentabilidade e títulos verdes, sempre vem a mente que a maior parte da demanda por esses títulos vem de investidores europeus. Esse mercado ainda está mais concentrado na Europa?
Rodrigues: Certamente, sim, essa onda começou na Europa, mas hoje já estamos vendo que isso acontece em outras partes do mundo. Acho que a epidemia acelerou essa tendência.
Sempre acompanhamos de perto as questões socioambientais dentro do banco, mas durante a pandemia vimos que havia grande ansiedade social e maior preocupação ambiental de todos os agentes.
O tema sustentabilidade é visto de forma positiva tanto pelos investidores quanto pelos clientes do banco.
EUA: Do ponto de vista do banco, quais setores são mais sensíveis à sustentabilidade?
Rodrigues: Eu diria que existem alguns setores sensíveis.
Uma questão muito importante hoje são as questões relacionadas ao desmatamento e à conservação e isso está diretamente relacionado ao crédito rural.
Por exemplo, os investidores estão cada vez mais cientes disso
Financiamento do Mercado da Soja. Eles querem saber como está sendo monitorado o setor, o mesmo vale para a pecuária.
Outro setor analisado de perto é a cadeia de óleo e gás. Esses são os setores considerados da maneira mais importante.
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