Banco Central do Brasil detém taxas de juros e aponta riscos financeiros

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BRASÍLIA – O Banco Central do Brasil manteve nesta quarta-feira as taxas de juros inalteradas em sua quarta reunião de política monetária consecutiva, ao mesmo tempo em que sinaliza que pode adiar os cortes de juros por mais tempo do que muitos esperam devido aos riscos financeiros que pesam sobre as expectativas de inflação.

O comitê de definição de taxas do banco, conhecido como COBUM, deixou sua taxa básica de juros em 13,75%, conforme esperado por todos os 30 economistas em uma pesquisa da Reuters.

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Embora a decisão sobre a taxa de juros não tenha sido surpreendente, a declaração que acompanha foi uma medida inicial de como um banco central recém-independente operaria sob o recém-empossado presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.

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O comitê disse em seu comunicado: “O cenário atual, especialmente incerto do lado fiscal e com expectativas de inflação desviando da meta de inflação em horizontes mais longos, requer maior consideração na avaliação de riscos”.

Os formuladores de políticas disseram que estão considerando se manter a taxa básica de juros inalterada por mais tempo do que a maioria das previsões na pesquisa semanal do banco com economistas seria suficiente para trazer a inflação de volta à meta.

Roberto Campos Neto foi escolhido pelo ex-presidente de direita Jair Bolsonaro para chefiar o Banco Central, e seu mandato foi prorrogado até o final de 2024 por meio de uma nova lei que dá independência formal ao banco, o que levou a uma situação inédita na maior economia na América Latina.

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Lula tem sido um crítico vocal das atuais altas taxas de juros no Brasil em meio à queda dos preços ao consumidor. A inflação anual, que ficou em dois dígitos de setembro de 2021 a julho de 2022, caiu para 5,87% nos 12 meses até meados de janeiro.

Lula disse que a independência formal do banco central era um “absurdo” e argumentou que a atual meta de inflação impede o crescimento econômico, em comentários que abalaram os mercados antes que as autoridades afirmassem que nenhuma mudança estava planejada para o banco central ou suas metas de inflação.

O banco central, que interrompeu um ciclo de aperto agressivo em setembro após 12 aumentos consecutivos de juros, evitou um confronto aberto com o novo governo. Mas Campos Neto destacou que os gastos extras planejados por Lula já vinham afetando as expectativas de inflação desde o ano passado. (Reportagem de Marcella Ayres; Edição de Brad Haynes)

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