A FIFA está enfrentando dúvidas sobre o papel da supermodelo antes da W Women’s Cup

A seleção da Fifa da supermodelo brasileira Adriana Lima como sua primeira embaixadora global dos fãs, cinco meses antes da Copa do Mundo Feminina, foi descrita na terça-feira como “surda” pelo ex-chefe da força-tarefa de futebol feminino da entidade.

A Fifa anunciou na segunda-feira a nomeação de Lima para “desenvolver, promover e participar de inúmeras iniciativas globais” horas antes da ex-modelo da passarela da Victoria’s Secret apresentar o Paris Fan Award na cerimônia anual de premiação.

“Sério, FIFA, este é o embaixador de engajamento de torcedores de que precisamos quando (a Copa do Mundo Feminina) se aproxima?” Moya Dodd, que fez parte da campanha de candidatura de co-anfitriã para sua terra natal, Austrália e Nova Zelândia, escreveu em sua conta no Twitter.

Ex-membro do comitê executivo da FIFA e defensor de longa data do futebol feminino, Dodd usou a hashtag “tonedeaf” e postou a foto glamorosa do perfil da conta de Lima no Twitter, que tem 2,4 milhões de seguidores.

Dodd, ex-jogador da seleção australiana, apontou para especulações recentes de que a Fifa poderia assinar com o Conselho de Turismo da Arábia Saudita como patrocinador oficial do torneio de um mês, que começa em 20 de julho.

A espanhola Alexia Potellas recebe o prêmio de Jogador do Ano da FIFA das mãos do presidente da FIFA, Gianni Infantino, durante a cerimônia de premiação do Melhor Futebol da FIFA em Paris, França, segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023. (AP Photo/Michel Euler)

Francamente perplexo com a estratégia de marketing. A FIFA primeiro quer enviar um público LGBTQ-friendly para “visitar a Arábia Saudita”, escreve Dodd. “Agora, quem exatamente é o alvo?”

Lima foi fotografada na segunda-feira em Paris em uma festa de gala da FIFA com seu presidente, Gianni Infantino, e postou no Twitter que sua nova função “significa o mundo para mim”.

Ela também postou para seus 15,4 milhões de seguidores no Instagram: “É uma honra fazer parte da família FIFA.”

“Como líder de torcida, espero conectar em um nível mais alto entre esta família e a vida deste belo esporte: os torcedores!” Escrevi.

A Fifa não especificou na segunda-feira em quais projetos Lima estaria envolvida, nem se eles incluiriam o maior torneio feminino de 32 seleções da história.

“Quando você conhecer Adriana, sentirá imediatamente seu calor e gentileza e como ela é gentil e apaixonada pelo nosso jogo”, disse Infantino na segunda-feira em comunicado da Fifa.

“Ele vive e respira ‘futebol’ e é por isso que pode ser um excelente elo entre a FIFA e os torcedores de todo o mundo”, afirmou.

A Fifa destacou que Lima é “modelo, atriz e empresária”, mas não deu detalhes sobre sua ligação com o esporte além de ser torcedora. Lima enviou suas condolências após a morte de Pelé em dezembro.

Juntos, Infantino e Dodd serviram no comitê dirigente da FIFA por mais de um ano após sua eleição em 2016.

Ela foi a primeira mulher, em 2013, a representar a Confederação Asiática de Futebol na FIFA e ganhou fama de voz independente durante a presidência de Joseph Blatter. Dodd perdeu sua candidatura à reeleição quatro anos depois para um oponente de Bangladesh.

Suas últimas críticas à Fifa seguem-se a um artigo de opinião que ela escreveu para um jornal australiano há quatro semanas. Ela observou que o pedido da FIFA para que jogadores e torcedores LGBTQ visitem a Arábia Saudita é “enviá-los para uma jurisdição onde sejam vistos como criminosos”.

Dodd também escreveu que estava “emocionada com o progresso que o futebol feminino lá (na Arábia Saudita) fez nos últimos tempos”.

O acordo de patrocinador pendente, “Visite a Arábia Saudita”, também levou as Associações de Futebol da Austrália e da Nova Zelândia a instar a FIFA a não assinar o acordo.

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