A auditoria brasileira constatou que 17% do gado comprado pela JBS veio de fazendas “informais”.

SÃO PAULO (Reuters) – A JBS SA comprou cerca de 17% do gado (JBSS3.SA) No estado brasileiro do Pará, na floresta amazônica, supostamente veio de fazendas com “irregularidades”, como desmatamento ilegal, de acordo com uma auditoria do Ministério Público Federal divulgada na quinta-feira.

A revisão, que examinou as compras de gado entre julho de 2019 e junho de 2020, disse que o maior frigorífico do mundo comprou cerca de 93.734 cabeças de pecuaristas informais.

Ao todo, a auditoria revelou 136.172 compras irregulares de gado pela JBS e outros frigoríficos não listados que operam na região.

A JBS disse em comunicado que as compras foram feitas há mais de dois anos, quando tinham critérios imprecisos para pecuaristas, acrescentando que o problema foi corrigido posteriormente.

Segundo a auditoria, o maior frigorífico do mundo teria comprado cerca de 93.734 cabeças de pecuaristas irregulares. A JBS foi responsável por aproximadamente 69% das 136.172 compras irregulares de gado por mais de 15 empresas que atuam na região.

Os resultados da auditoria alimentaram preocupações crescentes de que a JBS poderia estar contribuindo para a destruição da maior floresta tropical do mundo.

Os procuradores federais disseram que no ciclo de auditoria anterior, abrangendo o período entre janeiro de 2018 e junho de 2019, a JBS comprou cerca de 301.000 cabeças de gado de fazendeiros informais.

A criação de gado combinada com o desmatamento para vender madeira ou cultivar leva ao desmatamento da floresta amazônica.

Vários processadores de carne assinaram promessas com promotores em 2013, concordando em não comprar gado de fazendas que foram desmatadas ilegalmente desde 2008 ou que estão na lista negra por crimes ambientais.

A JBS e mais de uma dúzia de outras grandes empresas agrícolas também se comprometeram a eliminar o desmatamento de suas cadeias de suprimentos até 2025, incluindo a destruição associada a fornecedores indiretos que vendem para intermediários que depois vendem para processadores de carne.

A revisão não encontrou irregularidades na aquisição de gado associadas à Minerva (BEEF3.SA)que é concorrente da JBS e a única outra empresa listada examinada.

(Capa) Por Ana Manu, Edição de Franklin Paul e David Gregorio

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